Empresários alertam para impactos provocados pelo aumento dos custos da energia
8 de fev. de 2023, 19:09
— Lusa
Os
impactos do aumento dos custos da energia elétrica na atividade das
empresas, que entraram em vigor em janeiro, estiveram em análise, na
terça-feira, numa reunião da direção e das Comissões Especializadas da
Indústria, do Comércio e do Turismo da Câmara do Comércio e Indústria de
Ponta Delgada.Num comunicado enviado às
redações, a propósito da reunião, a associação empresarial das ilhas de
São Miguel e Santa Maria, alerta que "o agravamento brutal", registado
no início do ano, para os consumidores que utilizam maiores níveis de
tensão, "já está a ter impactos significativos na atividade das
empresas". "É neste contexto que se
constata, com profunda preocupação, estranheza e incompreensão, que a
nível regional ainda não tenham sido adotadas medidas mitigadoras dos
custos com a energia elétrica", refere a Câmara do Comércio e Indústria
de Ponta Delgada.A associação empresarial
lembra que o Governo da República anunciou um conjunto de medidas de
mitigação do aumento dos custos com a energia para as empresas e para as
famílias e que, na Madeira, já foi anunciada a "intenção de criar um
programa de apoio às empresas consumidoras de baixa tensão especial e
média tensão"."Ao contrário do que
acontece no continente, nos Açores vigora apenas o regime de preços
regulados. Esta situação implica que as empresas locais não têm acesso
ao regime livre, suportando, na maioria dos casos, valores
significativamente muito mais elevados do que as empresas sediadas no
continente, que beneficiam do funcionamento do mercado ibérico de
energia", lê-se no comunicado.Neste
contexto, a associação empresarial considera que "as autoridades
regionais e nacionais" devem adotar "soluções que defendam a economia
regional", com vista à "competitividade das empresas" e "bem-estar das
famílias". "É indispensável a consideração
urgente de uma revisão, em baixa, do tarifário da energia elétrica
anunciado em dezembro pela entidade reguladora do setor", defendem as
Comissões Especializadas da Indústria, do Comércio e do Turismo da
Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada.Para
a associação empresarial das ilhas de São Miguel e Santa Maria, "a
manter-se esta posição por parte das entidades responsáveis regionais e
nacionais, as empresas não terão outra opção", pelo que terão de
"refletir a totalidade destes aumentos nos preços dos bens e serviços,
com todas as consequências que daí advêm".A
Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada frisa que, com o
aumento de preços dos bens e serviços, "as empresas regionais perdem
competitividade face às do resto do país, que passam a ter menores
custos relativos"."Neste processo, as
famílias também perdem poder de compra com a subida da inflação. A
retração consequente na procura interna e na procura externa tem como
consequência imediata, só por si, a perda de empregos", aponta ainda.