Empresários acusam Governo dos Açores de recusar proposta de redução de impostos
17 de nov. de 2017, 17:14
— Lusa/AO online
“A
resposta chega-nos por via da proposta de Orçamento da região e
provocou uma enorme surpresa e desilusão porque, afinal, as propostas
essenciais não foram de todo contempladas, pese embora o enorme encaixe
adicional previsto por via do brutal aumento da receita de impostos
sobre o consumo”, disse Mário Fortuna, representante daquela entidade,
numa conferência de imprensa que juntou ainda a Federação Agrícola e a
UGT/Açores, em Ponta Delgada.Em
fevereiro deste ano, estas três entidades defenderam uma baixa de
impostos nos Açores, com um impacto orçamental estimado de 40 milhões de
euros, algo que reconheciam ser complexo, mas possível.“A
proposta dos parceiros sociais é que deveria haver uma redução do IVA,
do IRC e do IRS. A dúvida era se havia suporte para uma medida desta
natureza porque, ser implementada de uma só vez, a medida implicava na
nossa estimativa 40 milhões de euros a menos de receita para a região”,
referiu hoje Mário Fortuna.Segundo
o responsável, prevê-se “um aumento muito considerável da receita do
IVA, dos impostos sobre o consumo de combustíveis e sobre o tabaco” no
próximo ano.“Estas
rubricas, só por si, vão subir 54 milhões de euros. É quanto mais vamos
receber, que é muito mais do que aquilo que era preciso para acomodar a
proposta dos parceiros sociais”, salientou.Para
Mário Fortuna, a proposta de “redução de IVA, IRC e IRS” era um
“processo de negociação e diálogo” com o executivo açoriano, liderado
por Vasco Cordeiro, que, “afinal, não passou de uma encenação política”.“As
negociações e o interesse de parceria efetivo, no nosso entender, foram
nulos, porque a manter-se este Orçamento como está não foi refletido
nada daquilo que tinha sido a nossa expectativa, o que transforma todo
esse processo de negociação e concertação em nada”, destacou.Mário
Fortuna lamentou ainda que “a iniciativa privada” seja nos documentos
orçamentais para 2018 “apenas espoliada de mais alguns milhões de euros
adicionais” que contrasta com “a folga generosa” às empresas públicas na
região, “com a previsão da disponibilidade avalista reforçada”, além
“da previsão de um endividamento adicional direto da Região em 60
milhões de euros”.“Os
avales têm sido concedidos essencialmente a empresas públicas e não se
vê nenhuma política de contenção e de restrição do lado das empresas
públicas, antes pelo contrário, o que contrasta com esta situação em que
havendo folga orçamental e havendo um crescimento tão grande dos
impostos cobrados às pessoas e às empresas não haja folga para acomodar
esta proposta” de redução de IVA, IRC e IRS”, disse.