Empresário próximo de Putin admite interferência russa
EUA/Eleições
7 de nov. de 2022, 14:42
— LUSA/AO Online
"Nós
interferimos. Interferimos e continuaremos a fazê-lo. Cuidadosamente,
de forma precisa, cirúrgica, à nossa maneira única", confessou
Prigojine, numa mensagem divulgada na rede social da sua empresa.As
declarações foram uma resposta a uma pergunta sobre acusações de
interferência russa nas eleições intercalares que se realizam na
terça-feira nos Estados Unidos e que estão a ser acompanhadas de perto
por Moscovo.Aliás, as agências de
informações dos Estados Unidos, como o FBI e a NSA, denunciaram
recentemente ações concertadas entre grupos de piratas informáticos da
Rússia e do Irão, para interferirem nas eleições intercalares.Prigojine,
que está sujeito a sanções norte-americanas e europeias, há vários anos
que é acusado de interferência nas eleições dos EUA, em particular as
eleições presidenciais de 2016, que deram a vitória ao ex-Presidente
republicano Donald Trump.Prigojine é
acusado de ter criado um enorme número de perfis falsos que operam nas
redes sociais na tentativa de influenciar os eleitores, por exemplo,
denegrindo candidatos ou difundindo informações falsas.O
empresário tem vindo a afirmar-se progressivamente como figura pública
na Rússia, multiplicando as aparições em apoio à ofensiva de Moscovo na
Ucrânia.No final de setembro, Prigojine
admitiu ter fundado o grupo paramilitar Wagner, em 2014, que agora está a
lutar na Ucrânia, admitindo a sua presença em África, Médio Oriente e
América Latina.Conhecido por ser muito
próximo de Vladimir Putin, Prigojine foi durante algum tempo um dos
fornecedores das cozinhas do Kremlin, o que lhe valeu o apelido de
"cozinheiro de Putin".