Autor: Lusa/AO Online
"Temos interesse em programadores nas várias áreas de software, especialistas em base de dados, que falem várias línguas", disse Wilson Teixeira.
O empresário de 41 anos, nascido em Angola, Presidente da Able Translations Ltd e da Able Transport Ltd, com escritórios em Portugal (Lisboa e Aveiro), no Canadá, Estados Unidos, Alemanha e Hong Kong, adquiriu há dois anos a Senso Comum, empresa de desenvolvimento, orientada para a concepção de plataformas de gestão de informação para a internet e redes de base web.
No ano de 2010 apresentou o novo serviço de videointerpretação por videoconferência, vicki?, com semelhanças ao Skype, que já está implementado na América do Norte em áreas distintas, incluindo saúde, finanças e justiça.
O sistema tecnológico funciona através de um computador com internet, possibilitando o acesso a um operador que selecciona o intérprete linguístico pretendido e este, em tempo real, faz a mediação da conversa entre falantes de línguas distintas, permitindo a comunicação fluída.
"Gostaríamos de o desenvolver nos hospitais e tribunais, nao só em Portugal, mas como em toda a Europa", afirmou Wilson Teixeira.
O luso-canadiano olha para Portugal como um "mercado apetecível".
"A reforma laboral está a criar mais benefícios, a incitar a competitividade e a atrair negócios que procuram poupança, mas com alto nível em termos académicos", referiu Wilson Teixeira.
O facto de haver "mercados emergentes", como o indiano e filipino, que têm um domínio da língua inglesa "muito forte", têm sido "alternativas" para o 'offshoring'.
No entanto, hoje em dia, Portugal consegue enquadrar-se, "tornando-se atractivo", pois possui as infra-estruturas tecnológicas necessárias, além de ter o acesso a outros mercados europeus do mesmo fuso horário.
Outra vantagem é a sua "proximidade" com as potências industrializadas europeias, como a Alemanha, França, Inglaterra e Holanda. Além disso, é um país "seguro" para viajar e, na questão dos direitos da confidencialidade, "as regras são excelentes".
O empresário destaca também a "boa formação académica" dos portugueses e a competitvidade dos salários.
A elevada taxa de desemprego vai "potenciar uma melhor seleção" em termos da "qualidade dos candidatos", como dita a "regra da concorrência".
Wilson Teixeira explicou ainda que, além de falar a língua portuguesa, conhece a cultura e tem "interesse em manter as origens": "Sei o nível da formação existente e reconheço que há oportunidade devido à crise". "Em termos tecnológicos Portugal está ao nível das grandes potências", defendeu.
"Sendo português, ver o país assim transmite uma imagem negativa. Cabe-nos a nós tentar levantar o estigma, pois não podemos culpar ninguém. Temos é que dar a mão", acrescentou.