Empresa e sindicatos reúnem-se novamente na quinta-feira
TAP
7 de jun. de 2022, 16:32
— Lusa/AO Online
“Vamo-nos
reunir novamente com todos os sindicatos esta semana, na quinta-feira,
para tentar encontrar alguma solução”, disse a CEO da companhia aérea,
que foi ouvida esta tarde na comissão parlamentar de Economia, Obras
Públicas, Planeamento e Habitação, por requerimento do PS e do PSD.Na
semana passada, os principais sindicatos dos trabalhadores da TAP foram
recebidos no Ministério das Infraestruturas e pela administração da
empresa, após terem pedido reuniões urgentes sobre o plano de
reestruturação, confirmaram à Lusa fontes sindicais.Questionada
sobre a possibilidade de aliviar os cortes salariais dos trabalhadores,
Christine Ourmières-Widener realçou que, apesar da recuperação da
capacidade de voo, a 90% dos níveis de 2019, as contas não estão ainda
equilibradas. "O
acordo de emergência [Acordos Temporários de Emergência (ATE)] foi
assinado com todos [os sindicatos]. Não podemos imaginar que seis meses
depois de assinar os planos vai tudo estar bem", acrescentou.Em
causa está um comunicado conjunto, enviado em 26 de maio, em que os
nove sindicatos pediam uma reunião presencial com a administração da
empresa, para decorrer até 03 de junho.Na
mesma nota, os sindicatos, além de anunciarem o pedido de reunião com a
administração, teceram várias críticas às políticas que estão a ser
seguidas pela empresa.Afirmando
que “os trabalhadores não estão em saldo e exigem respeito”, os
sindicatos diziam que os trabalhadores “continuam a financiar a
companhia”.Os
sindicatos, que representam “a esmagadora maioria dos trabalhadores” do
grupo TAP, lembraram que no Plano de Reestruturação todos os
trabalhadores viram “os seus salários drasticamente reduzidos”.Mas
recordaram também palavras da administração de que a TAP “está a
caminho de atingir este verão 90% da sua operação de 2019, algo previsto
pelo Governo apenas em 2024”.As
estruturas apontaram que o Plano de Reestruturação foi justificado pela
emergência da pandemia de covid-19, mas defenderam que os acordos
temporários com os trabalhadores devem ser “adaptados à realidade” e que
“os trabalhadores da TAP continuam a financiar a companhia numa altura
em que a empresa atinge índices operacionais muito positivos, com níveis
pré-pandemia” de covid-19.“Ao
mesmo tempo, a administração mantém injustificadamente em curso um
processo de reestruturação, completamente desajustado da realidade, com
graves prejuízos para os trabalhadores”, acusaram os sindicatos.Entre
os nove sindicatos que assinaram o documento estão o Sindicato Nacional
dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), o Sindicato dos
Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), o Sindicato Nacional do
Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e o Sindicato dos Pilotos da
Aviação Civil (SPAC).
Na audição desta tarde, Christine Ourmières-Widener foi também
questionada sobre as opções de rotas, em concreto para o Porto, Algarve e
ilhas da Madeira e dos Açores, ouvindo críticas sobre o desinvestimento
da companhia aérea nestas regiões.A responsável garantiu que a TAP está disponível para abrir mais ligações para estas regiões, se forem rentáveis."É
nosso dever cobrir [estas regiões] e, se der dinheiro, abrimos de
imediato. Não há nenhuma agenda escondida. A TAP está a caminho de se
tornar eficiente e sustentável, mas não nos podemos tornar numa ‘low
cost’ [companhia de baixo custo], não é esse o nosso modelo", sublinhou a
CEO.A
gestora lembrou também que a companhia opera atualmente 10 destinos
diretos e 17 voos semanais a partir do Porto, garantindo igualmente que
está a ser feito investimento no Funchal.