Empresa com sede nos Açores divulga videojogos em feira internacional na Alemanha
15 de ago. de 2024, 11:39
— Lusa/AO Online
“Estamos
a tentar, já há muito tempo, chamar a atenção da classe política para o
quão importante é a indústria dos videojogos. E Portugal tem tanto
talento, tem tantas condições. Os nossos estúdios estão cada vez mais
profissionalizados e vê-se grandes estúdios internacionais a
expandirem-se para Portugal. A própria indústria já sabe que nós temos
um valor imenso. Infelizmente, os nossos grandes decisores ainda não
estão muito atentos”, afirmou, em declarações à Lusa, Marco Bettencourt,
CEO (diretor executivo) do Redcatpig Studio, com sede na ilha Terceira.Pelo
segundo ano consecutivo, a Redcatpig, que integra o consórcio eGames
Lab, vai estar presente na Gamescom, considerada “a maior feira de
videojogos do mundo”.Em 2023, essa
presença só foi possível através da parceria com outras empresas no
consórcio eGmaes Lab, que concorreu às denominadas agendas mobilizadoras
para a inovação empresarial do Plano de Recuperação e Resiliência
(PRR).Este ano, o pavilhão de Portugal,
que tem o nome “Games from Portugal”, conta com uma parceria com a
Associação de Produtores de Videojogos Portugueses, abrangendo mais
estúdios de videojogos.“É o maior evento
de videojogos do mundo. No ano passado, teve cerca de 320 mil visitantes
em cinco dias. É algo realmente significativo para toda a indústria e o
facto de nós podermos estar lá com a bandeira portuguesa é extremamente
importante para todo o ecossistema”, salientou Marco Bettencourt.O
Redcatpig Studio, que também já passou pelo Game Developers Conference
(GDC), em São Francisco, nos Estados Unidos, e vai este ano ao Tokyo
Game Show, no Japão, já “fechou vários negócios” neste tipo de feiras.“Eu
posso dizer à vontade que 99% de todos os investidores e dos grandes
‘players’ desta indústria estão nestes eventos, estão à procura e estão
com vontade. Há que aproveitar e o facto de termos um ‘boot’ nestes
eventos, que são eventos caríssimos, mostra profissionalismo, mostra que
estamos a fazer algo bem e isso é extremamente importante”, salientou o
empresário.Segundo Marco Bettencourt, o
eGames Lab foi um “primeiro passo importantíssimo” para impulsionar a
indústria dos videojogos em Portugal, que agora “não pode parar”.“Estar
num evento destes e ter pessoas com nome na indústria a passar por nós e
dizer ‘olha, eu tenho plena consciência de que Portugal vai ser o
próximo hub mundial da produção de videojogos’ - ouvir isso de pessoas
que estão na indústria há mais de 20 anos, por exemplo, é extremamente
gratificante. Nós acreditamos nisso também. Sem dúvida”, apontou.O
empresário defendeu que a participação nestas feiras valida o
investimento realizado pelo eGames Lab, no âmbito do PRR, e prova que
Portugal tem jogos com “cada vez mais qualidade” e “mais promissores”.Na
Gamescom, que decorre de 21 a 25 de agosto, na Alemanha, vão ser
divulgados cinco videojogos do eGames Lab: LabSin e The Cause,
desenvolvidos pela WOWSystems e pela Fapptory, e Keo, Hover Shock e
Steam & Steel, produzidos pela Redcatpig. Será ainda divulgada a
plataforma Fout-io, desenvolvida pela Yacooba.A
RedcatPig, sediada no Parque de Ciência e Tecnologia da Ilha Terceira
(Terinov), já tinha ganhado prémios e atraído fundos da Portugal
Ventures e da Best Horizon, mas a participação no eGames Lab, que
integra 22 entidades, permitiu ganhar escala e aumentar a equipa.“Ao
abrigo deste consórcio, tivemos um acréscimo na ordem das 10 pessoas,
mas ainda iremos contratar mais”, avançou Marco Bettencourt,
acrescentando que a empresa abriu também espaços em Lisboa e na Madeira.