Empreendedorismo já é visto como uma alternativa de carreira, diz especialista
15 de jan. de 2019, 10:49
— Lusa/AO Online
“As
coisas de facto mudaram muito nos últimos anos e as pessoas começaram a
considerar ser empreendedor como uma alternativa plausível de carreira.
Já não é só trabalhar por conta de outrém. As pessoas acreditam que
podem fazer a diferença e que podem criar o próprio negócio”, adiantou
em declarações à agência Lusa, a propósito do lançamento do livro em
Angra do Heroísmo, na ilha Terceira. Quase
uma década depois de ter começado a trabalhar sobre este tema, a autora
do "Livro dos Fazedores" defende que “os empreendedores já não são uma
resposta à crise”, mas que encaram o empreendedorismo “como uma
alternativa como outra qualquer para uma carreira”.Quando,
em 2011, Mariana Barbosa começou a entrevistar empreendedores – a que
chama de “fazedores” – ainda pouco se falava no assunto. “O
Dinheiro Vivo foi o primeiro jornal em Portugal a ter uma secção
unicamente dedicada ao empreendedorismo. Não havia”, contou. Na
altura, as poucas incubadoras que existiam ainda eram chamadas de
“ninhos de empresas” e eram poucos os que arriscavam aventurar-se num
novo negócio.“Acho
que muito daquilo que se fez nessa altura foi uma resposta à crise,
porque as pessoas ou ficavam no país e criavam as próprias empresas ou
tinham de emigrar. Aconteceu isso a muitos dos meus amigos na altura”,
recorda.Hoje,
há uma rede nacional de incubadoras, da qual faz parte a Start Up Angra,
de Angra do Heroísmo, onde Mariana Barbosa apresenta o “Livro dos
Fazedores”, pelas 17 horas desta terça-feira.Paralelamente,
a jornalista vai preparar uma reportagem sobre as empresas incubadas em
Angra do Heroísmo para abrir a segunda série de um roteiro pelas
incubadores de Portugal, que está a fazer no jornal económico digital
Eco.“Acho que
cada vez mais estas empresas têm impacto na criação de emprego e na
exportação de conhecimento português e também na maneira como os outros
nos veem”, salientou. Em
outubro de 2018, Mariana Barbosa lançou um livro em que conta 15
histórias de empreendedores entre as mais de mil que conheceu, ao longo
da última década.“Acho
que o meu livro é um registo histórico no sentido em que nós nos
começámos a ver-nos de outra maneira”, apontou, alegando que estas
empresas “têm levado o nome de Portugal mais longe” e têm feito com que
os portugueses mudem de mentalidade.A
jornalista acredita que o livro pode servir de “inspiração” a outros
empreendedores que estejam agora a iniciar a sua atividade e espera que
os empresários se “revejam” naquelas histórias, que pretende que sejam
“um retrato da geração empreendedora em Portugal”.“O
que tentei no livro foi passar uma mensagem positiva sobre o que é ser
empreendedor. Além de ser um registo histórico é uma homenagem aos
fazedores que mudaram o país de alguma maneira”, frisou.