Emigrantes portugueses recuperam um milhão de euros "esquecidos" em contas na Suíça
11 de nov. de 2023, 12:17
— Lusa /AO Online
A “SPNow” foi criada em 2021 por descendentes de emigrantes que tinham, sem saber, dinheiro nas caixas de pensões suíças e que começaram por ajudar outros emigrantes na mesma situação.Segundo o Controlo Federal das Finanças da Suíça, existiam 5.000 milhões de euros “esquecidos” em 625 mil caixas de pensões suíças, pertencentes aos estrangeiros de várias nacionalidades que ali trabalharam.Isto deveu-se a uma alteração na lei suíça que, em 1985, introduziu o segundo pilar da segurança social (Previdência Profissional Obrigatória) que visa dar um complemento à reforma dos trabalhadores.Mas sempre que se registavam mudanças no trajeto dos trabalhadores, fosse para uma nova empresa, para o desemprego ou o regresso ao país de origem, era necessária a transferência dos fundos de uma caixa para a outra, o que não aconteceu, permanecendo os montantes em várias caixas, sem que os trabalhadores os reclamassem.Renata Santos, responsável da empresa em Portugal, disse à Lusa que, desde 2021, foram cerca de 1.000 os emigrantes portugueses que se inscreveram na plataforma para tentarem saber se tinham dinheiro nestas caixas.Mais de um terço (cerca de 35%) já conseguiu obter algum montante, no total de um milhão de euros recuperados, adiantou.Os valores encontrados variam entre 150 euros e os 20.000 euros, nos casos individuais, disse.A empresa apenas cobra pelos serviços quando descobre dinheiro a reaver, sem que tenha sequer de conhecer o montante que, de acordo com Renata Santos, é superior aos 5.000 milhões de euros inicialmente avançados, devendo situar-se nos 13.000 milhões de euros.A Suíça é o terceiro país do mundo para onde mais portugueses emigram, a seguir à Espanha e ao Reino Unido. Em 2021, este país voltou a ser aquele onde mais emigrantes portugueses adquiriram a nacionalidade, de acordo com o Relatório da Emigração, divulgado em janeiro deste ano.Mais de 255 mil portugueses vivem na Suíça, formando a terceira maior comunidade estrangeira, a seguir aos italianos e alemães.