Autor: AO/Lusa
A iniciativa de criar a Associação de Embaixadoras em Portugal partiu da embaixadora paquistanesa, Leena Salim Moazzam, que se encontra em Portugal desde setembro.
A associação, recentemente criada, reúne 23 mulheres, de todos os continentes: Paquistão, Emirados Árabes Unidos, Cabo Verde, Moçambique, África do Sul, Nigéria, Timor-Leste, Austrália, Reino Unido, Finlândia, Irlanda, Suécia, Cuba, Panamá, Marrocos, Turquia, Letónia, Hungria, Tunísia, Argélia, Chipre, China (a atual embaixatriz é embaixadora) e Andorra (a embaixadora não reside em Portugal).
“As expectativas sobre o desempenho de uma mulher são as mesmas de um homem. Ninguém quer saber se és mãe e se a tua criança está doente ou não. Podem compreender e ajudar, mas, no final, o trabalho não deve ser prejudicado”, afirmou à Lusa a diplomata paquistanesa, numa entrevista à agência Lusa, em que se fez acompanhar pela mãe e por uma das filhas.
Uma mulher “tem de desempenhar múltiplas tarefas ao mesmo tempo”, disse, exemplificando: “Ela está no seu emprego, mas ao mesmo tempo está a pensar nos filhos, se eles estão bem, se comeram, ao passo que um homem pode estar no escritório até às dez da noite ou meia-noite sem se preocupar, porque sabe que a mulher está a tratar de tudo”.
O cérebro feminino “funciona de forma diferente” do dos homens, porque a mulher “tem de gerir ao mesmo tempo três ou quatro coisas”.
Independentemente do cargo profissional que a mulher ocupe, é sempre “ela quem carrega a criança e quem dá à luz, é a Natureza”, defendeu.
“Então, não é positivo que as senhoras que estão aqui se possam juntar e ajudar-se mutuamente com as situações, mas também com Portugal e os seus próprios países?”, questionou, referindo: “Nós conseguimos compreender os nossos problemas de outra forma e podemos ajudar-nos umas às outras”.
O objetivo da associação é realizar atividades sociais, algumas com as respetivas famílias, como um piquenique, um passeio ou um grupo de caminhadas, além de atividades profissionais, como encontros com a participação de oradores.
A embaixadora paquistanesa acredita que desde o final do século XX, as mulheres, cerca de metade da população mundial, “estão a começar a destacar-se, seja na medicina, nas engenharias, na informática, na diplomacia”.
“Ao longo dos séculos, têm sido os homens a tomar as decisões e a fazer o trabalho. As coisas estão a mudar, espero que seja para melhor”, considerou.