Autor: Lusa/AO Online
Imagens de vídeo divulgadas pela agência russa Ria-Novosti mostram o diplomata com o rosto e a roupa manchados de vermelho, com várias pessoas à sua volta no cemitério da capital polaca em honra dos soldados soviéticos.
Alguns dos manifestantes tinham bandeiras ucranianas e lençóis brancos com manchas vermelhas, simbolizando as vítimas ucranianas da guerra iniciada pela invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro, segundo as agências de notícias internacionais.
Alguns dos elementos da comitiva da embaixada também ficaram salpicados com a tinta.
Os manifestantes impediram o embaixador de colocar flores no mausoléu em honra dos soldados soviéticos.
A embaixada russa tinha anunciado que se absteria de eventos públicos fora das suas instalações por recomendação das autoridades polacas, mas Andreyev e uma pequena comitiva acabaram por se deslocar ao cemitério.
Depois do ataque, Andreyev gritou à multidão que estava orgulhoso do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Antes de abandonar o local sob proteção da polícia, o diplomata disse que as regiões de Donetsk e Lugansk “não pertencem à Ucrânia”, segundo a agência espanhola EFE.
Posteriormente, Andreyev disse que não tinha ficado ferido e condenou o ataque de que foi alvo.
“Eu nem sei como lhe chamar. Este é algum tipo de jogo que nada tem a ver com as regras de comportamento civilizado que os nossos parceiros ocidentais, incluindo os polacos, gostam tanto de nos ensinar”, disse, citado pela Ria-Novosti.
O Governo russo anunciou que “manifestou um forte protesto” junto das autoridades de Varsóvia e denunciou a violência de “extremistas com total inação da polícia”.
Numa nota citada pela agência TASS, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo disse que exigiu que o Governo polaco “organizasse imediatamente” uma cerimónia para homenagear os soldados soviéticos.
A porta-voz do ministério, Maria Zakharova, considerou que o incidente em Varsóvia prova que “no Ocidente foi traçado um curso para a reencarnação do fascismo”.
O Cemitério dos Soldados
Soviéticos em Varsóvia foi construído pouco depois do fim da Segunda
Guerra Mundial para sepultar mais de 20.000 soldados do Exército
Vermelho mortos entre 1944 e 1945.