Embaixador defende que frase sobre homossexualidade foi tirada do contexto
Mundial2022
9 de nov. de 2022, 18:32
— Lusa/AO Online
“Lamento
que o que disse tenha sido tirado do contexto, porque a nossa religião e
a nossa natureza é não ofender ou insultar”, escreveu Khalid Salman na
rede social Twitter.Segundo Salman, “toda a
gente é bem-vinda ao Qatar”, mas a “religião e cultura do país não
mudará por causa do campeonato do mundo”.“No
Mundial, muitas coisas se passarão neste país. Falando de gays, [...] o
mais importante é que todos aceitem que eles vêm cá, mas eles têm de
aceitar as nossas regras”, referiu o ex-internacional qatari, numa
entrevista à emissora pública alemã ZDF divulgada na terça-feira.A
homossexualidade é crime naquele país, que tem sido muito criticado por
organizações não-governamentais quer pela perseguição da comunidade
LGBTQI+, quer pelas violações de direitos humanos de trabalhadores
migrantes.Embora as autoridades do Qatar
neguem, várias organizações apontam para milhares de mortes naquele país
entre 2010 e 2019 em trabalhos relacionados com o Mundial, com um
relatório do jornal britânico The Guardian, de fevereiro deste ano, a
cifrar o valor em 6.500 óbitos, número que muitos consideram
conservador.Ao longo dos últimos anos,
numerosas organizações e instituições têm apelado também à defesa dos
direitos de adeptos, e não só, pertencentes à comunidade gay e trans,
tendo em conta a perseguição de que são alvo em solo qatari.Em
maio, a seis meses do arranque da competição, a Amnistia Internacional
assinou uma carta aberta endereçada ao presidente da FIFA, Gianni
Infantino, ao lado de associações como a Human Rights Watch, pedindo-lhe
que invista o mesmo valor dos prémios atribuídos às seleções pela
performance no torneio num mecanismo de compensação.O
Campeonato do Mundo masculino de futebol vai decorrer entre 20 de
novembro e 18 de dezembro, com a seleção portuguesa apurada e inserida
no Grupo H, com Uruguai, Gana e Coreia do Sul.