Embaixada de Portugal encerrou temporariamente por alguns dias
Ucrânia
20 de nov. de 2024, 18:01
— Lusa/AO Online
“A
nossa embaixada funcionou hoje regularmente até às 15:00 locais e,
entretanto, nós tomámos a decisão de que ela não abriria amanhã,
eventualmente também não nos próximos dias, com uma avaliação permanente
da situação. Portanto, há um encerramento, mas um encerramento
temporário”, afirmou Paulo Rangel, em declarações aos jornalistas em São
Paulo, à margem de uma visita com o primeiro-ministro, Luís Montenegro,
à Casa de Portugal.O ministro salientou
que “não se pode criar a ideia” de que Portugal está a retirar as
pessoas de Kiev, salientando que estes encerramentos temporários
aconteceram “dezenas, se não centenas de vezes” ao longo dos mil dias da
guerra na Ucrânia.“Do ponto de vista
prático, não estamos a fazer nada de novo. Mas agora formalizamos esta
decisão porque, enquanto nas outras ocasiões nós conseguíamos prever
qual era o dia exato em que iríamos reabrir, aqui temos mesmo que fazer
uma monitorização dia a dia”, afirmou.Até
ao encerramento da embaixada, não existia, segundo o ministro “nenhum
nível de ameaça, embora tenha havido uma mudança importante na situação
geopolítica”.“Hoje, depois de terminar o
expediente, os funcionários foram para casa e, entretanto, já receberam a
instrução de que a embaixada estará temporariamente - e este
temporariamente pode ser muito poucos dias - sem abrir”, disse.As
embaixadas dos Estados Unidos, Espanha, Itália e Grécia na Ucrânia
encerraram hoje ao atendimento após a representação norte-americana ter
alertado para a possibilidade de um ataque significativo contra Kiev nas
próximas horas.Quanto à situação
geopolítica que se vive na região, Paulo Rangel admitiu que há motivos
para “preocupações sérias”, um dia depois de o Presidente russo,
Vladimir Putin, ter assinado um decreto que revê a doutrina nuclear da
Rússia, alargando as possibilidades de utilização deste tipo de
armamento, depois da decisão do Presidente dos Estados Unidos cessante,
Joe Biden, de autorizar as forças ucranianas a usar mísseis
norte-americanos de longo alcance em solo russo. “A preocupação com a situação geopolítica é grande e é grande em todos os Estados que sejam Estados responsáveis”, afirmou.Questionado
sobre a hipótese colocada por alguns países nórdicos, que estão a
alertar as populações para se preparar para o pior, considerou que essa é
uma decisão de cada país, acrescentando que neste momento, no caso de
Portugal, “não há nenhuma razão que o justifique”.O
encerramento de embaixadas ocidentais mereceu críticas das autoridades
ucranianas, que apelaram aos países aliados para que não alimentem o
clima de tensão no país, e acusaram Moscovo de realizar uma operação de
guerra psicológica em grande escala.