EMA conclui “possível ligação” de vacina da AstraZeneca e coágulos mas insiste em benefícios
Covid-19
7 de abr. de 2021, 14:37
— Lusa/AO Online
“A
EMA encontrou uma possível relação [entre a vacina da AstraZeneca] e
casos muito raros de coágulos de sangue incomuns com plaquetas
sanguíneas baixas”, mas “confirma que o risco-benefício global permanece
positivo”, informa o regulador da União Europeia (UE) em comunicado.Em
concreto, o comité de segurança da EMA “concluiu hoje que coágulos de
sangue invulgares com plaquetas sanguíneas baixas devem ser listados
como efeitos secundários muito raros da Vaxzevria”, nova denominação da
vacina da AstraZeneca, tendo em conta “todas as provas atualmente
disponíveis”, acrescenta o regulador, numa alusão à investigação
realizada nas últimas semanas.Notando que
“a Covid-19 está associada a um risco de hospitalização e morte”, a
agência europeia adianta que “a combinação notificada de coágulos e
plaquetas sanguíneas baixas é muito rara”, pelo que “os benefícios
globais da vacina” da AstraZeneca “superam os riscos de efeitos
secundários”.Segundo a EMA, foram
registados 62 casos de trombose do seio venoso cerebral e 24 casos de
trombose venosa esplâncnica até 22 de março, bem como 18 mortes, num
universo de cerca de 25 milhões de vacinados na UE, Espaço Económico
Europeu e Reino Unido.A AstraZeneca tem
estado envolta em polémica devido ao surgimento de coágulos sanguíneos
em vacinados com a sua vacina contra a covid-19, entretanto denominada
Vaxzevria, situação que levou alguns países europeus a suspender o seu
uso e que só foi ultrapassada depois de a EMA ter garantido, em meados
de março, que este era um fármaco seguro e eficaz.O
regulador europeu tem desde então vindo a investigar a relação entre a
vacina e os episódios de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte
de pessoas inoculadas com a vacina Vaxzevria.Já
na terça-feira, o responsável pela estratégia de vacinação da EMA,
Marco Cavaleri, tinha assumido a existência de uma ligação entre a
vacina contra a covid-19 da AstraZeneca e os casos de tromboembolismos
após a sua administração, numa entrevista ao diário italiano Il
Messaggero, declarações que provocaram desconforto na União Europeia.Antes,
no início da semana passada, a EMA publicou uma atualização sobre o
fármaco e, além de divulgar a mudança do nome para Vaxzevria, indicou
que “foi incluído na informação sobre o produto um aviso sobre eventos
de coágulos sanguíneos específicos muito raros”.