Eletricidade dos Açores quer 44% de energia geotérmica na ilha Terceira até 2025
20 de jul. de 2021, 12:41
— Lusa/AO Online
“Esperamos
que, em 2025, com estas duas fases do investimento, possamos vir a
alcançar 60% de energias renováveis na ilha Terceira e 44% será da
geotermia, quando atualmente a geotermia garante apenas 14,5%”,
adiantou, em declarações aos jornalistas, o presidente da EDA e da EDA
Renováveis, Nuno Pimentel.O
presidente da Eletricidade dos Açores falava à margem de uma visita à
Central Geotérmica do Pico Alto, no concelho da Praia da Vitória, que
assinalou o início dos trabalhos de perfuração de três novos poços
geotérmicos.Se
os resultados dos três novos poços forem os esperados, a central vai
triplicar a capacidade de produção, que neste momento é, em média, de
2,5 megawatts e, no máximo, de 3,5 megawatts, tornando-se
“economicamente viável”.“Caso
a produção dos poços corresponda ao que esperamos, irá permitir a
ampliação desta central com mais sete megawatts e, com isso, ter uma
potência instalada na central do Pico Alto de cerca de 10 megawatts, que
é aquilo que, pela nossa experiência, nos indica ser a dimensão
economicamente viável para uma instalação desta natureza”, avançou Nuno
Pimentel.A
perfuração dos três novos poços “deverá demorar cerca de seis meses”,
seguindo-se trabalhos de saturação da atual central, num investimento
global de 26 milhões de euros, até 2025.O
presidente da EDA estima ainda que, no início de 2022, possa entrar em
exploração, na ilha Terceira, um sistema de baterias de armazenagem e
controlo de energia da rede, que irá “contribuir para o aumento da
penetração das energias renováveis”.Segundo
Nuno Pimentel, a energia geotérmica, existente apenas nas ilhas
Terceira e São Miguel, onde existe dimensão para tornar o investimento
economicamente viável, é relevante, porque “tem a capacidade de poder
produzir de uma forma contínua ao longo do ano”.“Não
depende das horas, não depende de haver sol, não depende de haver
chuva. Dá-nos uma outra garantia em termos do abastecimento público da
energia elétrica. É um recurso que deve ter uma prioridade relevante no
nosso contexto de transição energética”, frisou.Na
ilha de São Miguel, foram recentemente abertos seis novos poços, que
“vão entrar numa fase de testes”, havendo a expectativa de aumentar a
penetração da energia geotérmica de 42 para 60%.O
secretário regional dos Transportes, Turismo e Energia dos Açores,
Mário Mota Borges, destacou a importância da energia geotérmica, “não só
em termos da potência que se consegue disponibilizar, mas acima de tudo
na regularidade que essa potência estará disponível”.Segundo
o governante, o investimento na Central Geotérmica do Pico Alto vai
contribuir para que a Região consiga alcançar a meta da penetração de
60% de energias renováveis, reduzindo, assim, a dependência do exterior e
o recurso a combustíveis fósseis.“A
produção de energia a partir de energia geotérmica é já o caminhar no
sentido do novo milénio e de nos aproximarmos daquilo que é a capacidade
de mantermos a qualidade de vida com fontes de energia alternativas,
que não tenham um contributo negativo para o ambiente”, frisou.