Eleitores querem que PSD governe com liderança de Albuquerque
Eleições/Madeira
26 de mai. de 2024, 23:34
— Lusa /AO Online
Luís Montenegro falava aos jornalistas na sede nacional do PSD, em reação aos resultados das eleições regionais na Madeira, que o PSD venceu sem maioria absoluta.“Os madeirenses escolheram com clareza, e no espaço de oito meses, a mesma força política para liderar o Governo Regional e o mesmo candidato”, disse.Por outro lado, Montenegro acusou PS e Chega de “falharem de forma copiosa” os seus objetivos nas regionais da Madeira, deixando um recado para os seus líderes a nível nacional.“É tempo de reclamar o respeito democrático, a humildade democrática àqueles que perdem (…) Aquilo se espera para o futuro é que não se repitam mais eleições, que não haja eleições de meio em meio ano”, afirmou, dizendo não querer imiscuir-se nas soluções de Governo para a Madeira.Montenegro, que falou aos jornalistas ladeado pelas vice-presidentes do PSD Margarida Balseiro Lopes e Inês Ramalho e pelo secretário-geral Hugo Soares, disse já ter felicitado Miguel Albuquerque.“A vitória do PSD e do dr. Miguel Albuquerque não deixam dúvidas quanto à intenção do povo da Madeira e do Porto Santo: que o PSD lidere o Governo e que esse governo seja chefiado pelo dr. Miguel Albuquerque”, disse, desejando que se gere “uma solução que dê governabilidade e estabilidade”.Questionado sobre as declarações do líder do Chega, André Ventura, que manifestou disponibilidade para um entendimento com o PSD-Madeira, mas sem Miguel Albuquerque, o líder social-democrata reiterou que “os eleitores falaram com clareza e de forma inequívoca”.“Pedir a alguém que ganhou eleições que se demita? Isso não faz sentido e ninguém compreende isso”, disse.À pergunta se Albuquerque deveria ter sido candidato sendo arguido num processo em que se investigam suspeitas de corrupção, Montenegro não respondeu diretamente, repetindo que as eleições “são o momento solene da expressão da vontade do povo”.O líder do PSD escusou-se a dizer se prefere que o PSD-Madeira governe em minoria ou procure negociar uma solução minoritária, em respeito pela autonomia regional.“Governar não é fácil em sítio nenhum, o que se exige é que todos possam assumir as suas responsabilidades e o meu princípio é que quem ganha deve governar”, afirmou.Questionado sobre as leituras nacionais dos resultados de hoje, nomeadamente para PS e Chega, o primeiro-ministro disse que “todos devem interpretar a vontade do povo”.“O que temos hoje em Portugal são três Governos do PSD: um na República, um nos Açores e outro na Madeira. Os três não têm maioria absoluta, mas os três ganharam eleições e são detentores de legitimidade democrática”, afirmou.“Assim sendo o que é que pode acontecer? Haver dois partidos – PS e Chega –, não satisfeitos com a vontade popular, podem bloquear as governações”, disse, ressalvando que isso é possível no parlamento nacional, mas não será suficiente na Madeira.O primeiro-ministro defendeu que “não é por falta de esforço” que, no parlamento nacional e nos dos Açores e da Madeira, os partidos da oposição “não têm oportunidade e possibilidade de contribuir positivamente para as soluções”.“O que não sou capaz de fazer é obrigar as pessoas que não têm vontade de ter esse comportamento de o concretizar em atos. O PS e o Chega falam, falam, falam, mas ao fim do dia são cúmplices e convergentes no bloqueio aos Governos que os eleitores têm escolhido, mas isso é uma responsabilidade que cabe a cada um assumir”, acusou.De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os sociais-democratas obtiveram 36,13% dos votos e 19 lugares no parlamento regional da Madeira, constituído por um total de 47 deputados.Em segundo lugar, o PS conseguiu 11 eleitos, seguindo-se o JPP, com nove, o Chega com quatro, o CDS-PP com dois, e a IL e o PAN, com um deputado cada. Saem da Assembleia Legislativa, em relação à anterior composição, o BE e a CDU.