Eleições permitirão escolher aqueles que irão votar rapidamente o Orçamento
OE/Crise
4 de nov. de 2021, 20:57
— Lusa/AO Online
Marcelo Rebelo de Sousa falava numa
comunicação ao país, a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, em
que anunciou a dissolução do parlamento, na sequência do chumbo do
Orçamento para 2022, e legislativas antecipadas em 30 de janeiro.
"Todos dispensávamos mais uma
eleição poucos meses depois de outra, mas é o caminho que temos
pela frente para refazer a certeza, a segurança, a estabilidade,
ultrapassando esta rejeição do Orçamento", defendeu.
Segundo o chefe de Estado, as eleições
são "o único caminho que permite aos portugueses
reencontrarem-se neste momento com os seus representantes nacionais,
decidirem o que querem para os próximos anos, que são anos
determinantes, em efeitos da pandemia, em volume de fundos, para
reconstruir a economia e a sociedade".
"E escolherem aquelas e aqueles
que irão o mais rapidamente possível votar o Orçamento que faz
falta a Portugal", acrescentou.
O Orçamento do Estado para 2022 foi
chumbado logo na votação na generalidade, em 27 de outubro, com
votos contra de PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e Iniciativa
Liberal. Teve votos a favor apenas da bancada do PS e abstenções do
PAN e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina
Rodrigues.
O chefe de Estado avisou para um
cenário de dissolução duas semanas antes, em 13 de outubro, depois
de PCP e BE acenarem com o voto contra, afirmando que um chumbo
da proposta do Governo minoritário do PS "muito
provavelmente" conduziria a eleições legislativas antecipadas,
que estimou que se realizariam em janeiro.
Nos dias que se seguiram, Marcelo
Rebelo de Sousa repetiu o aviso e deixou claro que, a confirmar-se o
chumbo do Orçamento, avançaria de imediato com o processo de
dissolução, embora reiterando ao mesmo tempo a esperança num
entendimento "até ao último segundo" antes da votação.