Eleições decorrem no dia 26 com mais de 9,3 milhões de eleitores
Autárquicas
1 de set. de 2021, 16:36
— Lusa/AO Online
Eis alguns dados sobre o processo eleitoral e as candidaturas apresentadas:CANDIDATURAS
A partir dos orçamentos de campanha entregues à Entidade das Contas e
Financiamentos Políticos conclui-se que concorrem às autárquicas,
isoladamente ou em coligações, mais de 20 partidos.
São eles Aliança, BE, CDS-PP, Chega, Ergue-te, Iniciativa Liberal,
JPP, Livre, MAS, MPT, Nós,Cidadãos!, PAN, PCP e PEV (que formam a CDU),
PCTP/MRPP, PDR, PPM, PS, PSD, PTP, RIR e Volt Portugal.
Dos 308 concelhos do país, segundo os orçamentos apresentados, apenas
64 contam com candidaturas de grupos de cidadãos, sendo que, em quatro
municípios, há dois movimentos em cada: Albufeira (no distrito de Faro),
Sabrosa (Vila Real), Redondo (Évora) e Castelo de Paiva (Aveiro). ELEITORES
Segundo o diploma publicado em junho em Diário
da República, com os dados obtidos através da base central do
recenseamento eleitoral, 9.306.120 eleitores podem votar na escolha dos
membros das 308 câmaras e outras tantas assembleias municipais, bem como
das 3.091 assembleias de freguesia (no Corvo não há este órgão).Há
9.278.234 cidadãos nacionais aptos para votar nestas eleições, 12.711
da União Europeia e 15.175 outros estrangeiros residentes em Portugal.No
sufrágio de 2017 estavam inscritos 9.396.680 eleitores, mais 90.560 do
que em 2021, dos quais votaram pouco mais de metade, uma vez que a taxa
de abstenção registada foi de 45%.
CALENDÁRIO
As eleições autárquicas, com data definida pelo Governo,
decorrem entre as 08h00 e as 20h00 locais de 26 de setembro (os Açores
têm menos uma hora do que o continente e a Madeira), e a campanha
oficial realiza-se entre os dias 14 e 24, segundo o calendário divulgado
pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) no seu ‘site’ oficial.No
dia 26 de setembro, após o ato eleitoral, o edital do apuramento local é
afixado imediatamente à porta da assembleia de voto e os resultados
comunicados à junta de freguesia ou entidade designada oficialmente.O
apuramento geral inicia-se no dia 28 e o mapa oficial com o resultado
das eleições deve ser publicado no Diário da República nos 30 dias
subsequentes à receção das atas de todas as assembleias de apuramento
geral.A prestação de contas da campanha
eleitoral pelas candidaturas perante a Entidade das Contas e
Financiamentos dos Partidos Políticos terá de ser feita “no prazo máximo
de 90 dias, no caso das eleições autárquicas, […] após o pagamento
integral da subvenção pública”. VOTAÇÃO EM CONFINAMENTO
Os eleitores que se encontrem em confinamento obrigatório por causa
da Covid-19 ou que residem em estruturas residenciais das quais não
devam ausentar-se devido à pandemia de Covid-19 podem votar nos dias 21 e
22 de setembro, conforme o calendário divulgado pela CNE.Nestes
casos, o presidente da câmara do município onde se encontrem
recenseados, ou, em sua substituição, um vereador ou funcionário
municipal credenciado deslocam-se à morada do cidadão.O
requerimento para votar neste contexto é feito entre os dias 16 e 19,
através da plataforma eletrónica com o endereço
www.votoantecipado.mai.gov.pt, que é disponibilizada pela
Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.“Caso
não possa efetuar o seu registo na plataforma eletrónica, poderá alguém
que o represente solicitar a sua inscrição, no mesmo prazo, na sua
junta de freguesia mediante exibição de procuração simples, acompanhada
de cópia do documento de identificação civil do requerente”, pode ler-se
no Portal do Eleitor.OUTRAS VOTAÇÕES ANTECIPADASPodem
também votar antecipadamente eleitores que por motivos profissionais
não possam exercer o voto no dia das eleições, como militares, agentes
das forças e serviços de segurança e agentes de proteção civil, membros
de delegações oficiais do Estado que se encontrem em deslocação ao
estrangeiro, trabalhadores marítimos e aeronáuticos, ferroviários e
rodoviários de longo curso e representantes de seleções nacionais
oficialmente em competições desportivas.Para
votarem, estes eleitores podem dirigir-se ao presidente da câmara do
município em que se encontrem recenseados, entre 16 e 21 de setembro,
manifestando a sua vontade de exercer antecipadamente o direito de
sufrágio.Doentes impedidos por
internamento hospitalar de se deslocarem à assembleia de voto,
estudantes inscritos em instituições de ensino em distrito, região
autónoma ou ilha diferentes daquele onde deveriam votar e os eleitores
que se encontrem presos sem privação de direitos políticos podem
requerer até 06 de setembro, por meios eletrónicos ou por via postal,
votação antecipada ao presidente da câmara do município em que se
encontrem recenseados.A recolha dos votos nos estabelecimentos hospitalares, prisionais ou de ensino decorre de 13 a 16 de setembro.ORÇAMENTOSDe
acordo com os orçamentos de campanha entregues à Entidade das Contas e
Financiamentos Políticos, os partidos e coligações de partidos preveem
gastar um total de 31 milhões de euros na campanha eleitoral para as
autárquicas de setembro, menos do que os 35 milhões de há quatro anos, e
o PS continua a ter o orçamento mais elevado, com 11,43 milhões de
euros. Já os orçamentos de campanha dos
grupos de cidadãos candidatos às eleições autárquicas totalizam
2.639.120,7 euros. Se a esta verba forem somados os 31 milhões de euros
que os partidos tencionam gastar, de forma isolada ou em coligações, a
despesa com a campanha eleitoral fica em mais de 33,6 milhões de euros,
abaixo dos cerca de 39 milhões de euros verificados em 2017.A
campanha no município de Lisboa deverá ser aquela em que partidos e
coligações mais vão gastar, num total de 795 mil euros, enquanto para o
Porto estão orçamentados 517 mil euros. MUDANÇAS NOS EXECUTIVOS MUNICIPAIS
Com estas eleições, seis municípios vão ter menos vereadores no
executivo municipal, devido a uma diminuição de eleitores registados
desde as anteriores autárquicas, segundo dados da CNE.Os
municípios que perdem mandatos nas respetivas câmaras são Vinhais e
Mogadouro, no distrito de Bragança, o concelho (e capital de distrito)
de Vila Real, o município de Fafe, em Braga, Pombal, em Leiria, e Vendas
Novas, em Évora.Todos eles perdem, cada
um, dois mandatos. Vinhais, Mogadouro e Vendas Novas ficam com cinco, e
Vila Real, Fafe e Pombal com sete.Pelo
contrário, e por apenas três eleitores, Portimão, em Faro, vai ter um
executivo maior, que passa de sete para nove elementos (o presidente e
oito vereadores), porque este concelho algarvio passou de 48.497
eleitores para 50.003 registados, desde as eleições de 2017.O
número de mandatos de cada órgão autárquico é definido de acordo com os
resultados do recenseamento eleitoral, obtidos através da base de dados
central do recenseamento eleitoral e publicados pelo Ministério da
Administração Interna no Diário da República.O
número de eleitores registados nos concelhos, segundo os cadernos
eleitorais, não corresponde à população residente nesses territórios.A
lei em vigor estabelece que o executivo municipal é composto por cinco
elementos nos concelhos com 10.000 ou menos votantes; por sete elementos
nos municípios com mais de 10.000 eleitores e até 50.000; por nove
elementos nas câmaras com mais de 50.000 e até 100.000 eleitores e por
11 elementos quando a população recenseada é superior a 100.000.A
diminuição do número de eleitores, além da redução dos elementos do
executivo municipal, implica a redução das transferências financeiras da
Administração Central através do Orçamento do Estado, das quais
dependem os municípios mais pequenos.