É "falso" que médicas dos Açores 'furaram' lista de espera para cirurgia, diz diretor
22 de out. de 2022, 18:28
— Lusa /AO Online
De acordo com o documento que a Lusa teve acesso, Emanuel Dias refere que “de acordo com a prioridade clínica, os utentes são colocados em lista de espera para cirurgias não prioritárias, prioritárias, muito prioritárias e urgentes”, sendo que o serviço de cirurgia vascular, pela elevada prevalência da doença venosa crónica (varizes) tem apenas uma lista de espera de cirurgia não prioritária de doentes de varizes”.O jornal da ilha Terceira Diário Insular noticiou que o Hospital do Divino Espirito Santo (HDES) de Ponta Delgada promoveu uma queixa contra duas médicas que terão ‘furado’ a lista de espera de cirurgias e operado um paciente.De acordo com o matutino, o HDES queixa-se de “eventual promiscuidade entre serviço público e privado”.“Um doente que estaria a ser acompanhado numa entidade privada terá sido sujeito a uma intervenção cirúrgica vascular” naquele hospital público, “passando por cima das listas de espera e dos procedimentos administrativos e burocráticos que são impostos a todos os utentes”, é referido.Uma das médicas visadas, Isabel Cássio, é funcionária do HDES e diretora clínica do Hospital Internacional dos Açores (HIA), único hospital privado dos Açores. A outra médica envolvida na queixa é Isabel Vieira.Na sua nota, o diretor dos Serviços de Angiologia e Cirurgia Vascular, refere que esta lista de espera de utentes com varizes “tem sido imensamente reduzida, o que levou a uma congratulação por parte do conselho de administração no dia 18-10-2022 pelo cumprimento do plano Cirurge num ‘timing’ [prazo] inferior ao previsto”.No caso específico do doente operado no HDES, o utente “tinha uma patologia grave que levou a uma indicação cirúrgica correta como muito prioritário, razão pela qual foi operado no mínimo de tempo possível”, de acordo com Emanuel Frias.O responsável ressalva ser “norma de todos os serviços do hospital operar todos os utentes do Serviço Regional de Saúde, independentemente da sua origem, de acordo com a prioridade clínica e grau de antiguidade de lista de espera”.“Não havendo lista de espera ao serviço de cirurgia vascular para cirurgias muito prioritárias, é totalmente falso que o utente ou a sua origem tenham ‘furado’ a lista de espera em cirurgia vascular", afirma o diretor dos Serviços de Angiologia e Cirurgia Vascular.O secretário regional da Saúde dos Açores disse na sexta-feira à Lusa estar a analisar a queixa do Hospital de Ponta Delgada contra duas médicas que terão ‘furado’ a lista de espera de cirurgias e operado um paciente."Recebi a queixa e está a ser analisada", afirmou Clélio Meneses, em declarações à agência Lusa, na sequência da notícia divulgada pelo jornal Diário Insular.