Metade dos projetos de Artes Visuais sem apoio por falta de verba
DGArtes
26 de dez. de 2024, 18:12
— Lusa/AO Online
De
acordo com a decisão final do concurso, disponível no ‘site’ oficial da
Direção-Geral das Artes (DGArtes), 15 estruturas artísticas irão receber
financiamento na área das Artes Visuais, das 30 candidaturas admitidas a
concurso.As restantes não receberão
apoio, “em virtude de ter sido esgotado o montante global disponível”,
ainda que o valor - 3,6 milhões de euros, a repartir por dois anos -
represente um aumento de 131% em relação ao ciclo anterior (2023-24).Para
receberam apoio, as candidaturas têm de obter uma pontuação acima dos
60%.Os resultados finais do
concurso na área das Artes Visuais confirmam os resultados provisórios,
divulgados em 18 de novembro pela DGArtes, e aos quais se seguiu um
período de audiência de interessados.Entre
as entidades que irão receber apoio estão a Fundação Bienal de Arte de
Cerveira, a Appleton – Associação Cultural, a P28, a Associação Cultural
Zaratan, a Associação Alfaia e a PADA Associação Cultural.No
caso do concurso de Programação do Programa de Apoio Sustentado 2025-26
foram 16 as candidaturas não apoiadas “em virtude de ter sido esgotado o
montante global disponível”, todas com pontuação acima de 60%, num
total de 46 que tinham sido admitidas.As pontuações finais das 16 candidaturas não apoiadas variam entre os 60,33% e os 73,75%.O
montante financeiro global disponível neste concurso de 9,24 milhões de
euros, a repartir por dois anos, será repartido entre 30 candidaturas.
Este valor representa um aumento de 75% em relação ao ciclo anterior
(2023/2024).Os resultados finais do
concurso de Programação confirmam os resultados provisórios, divulgados
em 25 de novembro pela DGArtes, e aos quais se seguiu um período de
audiência de interessados.Entre as
entidades apoiadas estão a Boca Associação Cultural, a Lavrar o Mar, o
Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, a Associação
Porta-Jazz, a Associação Sons da Lusofonia, o Teatro da Didascália, a
Associação Musical Sinfonieta de Braga, a Mãozorra Associação Cultural e
o Orfeão de Leiria.No caso do concurso de
Música e Ópera são 19 as candidaturas apoiadas, num total de 36
admitidas a concurso. O montante financeiro global disponível neste
concurso é de 4,92 milhões de euros, a repartir por dois anos, valor que
representa um aumento de 41% em relação ao ciclo anterior (2023/2024).Do montante global, 3,72 milhões de euros são para a área da Música e irão ser repartidos por 16 candidaturas.Das
32 admitidas a concurso nesta área, três não serão apoiadas “em virtude
de ter sido esgotado o montante global disponível”. No caso de 10 foram
aplicados os critérios que estabelecem que “nenhuma região pode
absorver mais de 40% do montante global anual disponíveis”. As outras
três tiveram pontuação abaixo dos 60%.As pontuações finais das 13 candidaturas não apoiadas, mas que reuniam condições para isso, variam entre os 54,63% e os 84,09%.Entre
as entidades apoiadas na área da Música estão a Orquestra Filarmónica
Portuguesa, a Associação Cultural Os Músicos do Tejo, o Drumming Grupo
de Percussão, a Orquestra Sem Fronteiras, a Associação Cultural Museu da
Música de Coimbra, a Academia de Amadores de Música, a Ritornello –
Associação Cultural, a Associação de Bandolins da Madeira e a Match
Attack.Na área da Ópera, são apoiadas três candidaturas com 1,2 milhões de euros, das quatro admitidas a concurso.Houve
uma candidatura não apoiada, “em virtude de ter sido esgotado o
montante global disponível”, embora tenha conseguido uma pontuação final
de 80,75%. As entidades apoiadas na área
da Ópera são a Harmonyrails - Associação Cultural, a Companhia de Ópera
do Castelo e a Associação Setúbal Voz.Os
concursos do Programa de Apoio Sustentado, na modalidade bienal, abriram
em maio e encerraram em julho, com um valor global de 35,6 milhões de
euros.Este programa soma seis concursos,
nas áreas do Teatro, Cruzamento Disciplinar, Artes de Rua e Circo, Artes
Visuais, Dança, Música e Ópera e Projetos de Programação, para projetos
a concretizar de 01 de janeiro de 2025 a 31 de dezembro de 2026.No
início do mês ficou a saber-se que seis das 18 candidaturas admitidas
no concurso de Dança não iriam receber apoio por ter sido esgotado o
montante disponível, de 3,36 milhões de euros, embora tenham pontuação
acima de 60%.O setor tem alertado para o
subfinanciamento dos apoios da DGArtes, tendo o último ciclo de apoios
sustentados gerado bastante contestação.Quando
abriram as candidaturas em maio 2022, os seis concursos do Programa de
Apoio Sustentado 2023/2026 tinham alocado um montante global de 81,3
milhões de euros. Em setembro do mesmo
ano, o então ministro da Cultura anunciou que esse valor aumentaria para
148 milhões de euros. No entanto, o reforço abrangeu apenas a
modalidade quadrienal dos concursos e não a bienal, tendo ficado de fora
dos apoios dezenas de estruturas.Os
resultados foram muito contestados por várias associações
representativas do setor da Cultura, dando origem a vários apelos ao
ministro Pedro Adão e Silva, a abaixo-assinados e a uma manifestação em
frente ao parlamento.Em março deste ano,
ainda com Pedro Adão e Silva à frente do Ministério da Cultura, foi
anunciado que os concursos de apoio sustentado às artes, na modalidade
bienal (2025-2026), teriam um montante global de 35,6 milhões de euros, o
que representa um reforço de cerca de 15 milhões de euros em relação ao
ciclo anterior.Os concursos do ciclo 2023-2024 tiveram uma dotação total de 20,5 milhões de euros.