Duma aprova lei que permite criação de batalhões de voluntários
Ucrânia
26 de out. de 2022, 17:46
— Lusa/AO Online
Qualquer cidadão
russo pode fazer parte dessas unidades voluntárias após a assinatura de
um contrato nesse sentido, lê-se nos termos da nova lei proposta pelo
presidente da Duma, Viacheslav Volodin, e pelos deputados do partido que
sustenta Putin, Rússia Unida.A lei
especifica que os voluntários cumprirão as missões que lhes forem
confiadas pelas Forças Armadas em tempos de guerra ou de lei marcial,
durante o processo de mobilização, em caso de conflito militar, operação
antiterrorista ou envio de tropas para o exterior.Além
disso, estabelece a condição de voluntário, os requisitos de entrada e
exclusão nos batalhões e as condições de pagamento e cobertura social.“Por
causa do seu estatuto, os voluntários serão equiparados a soldados
profissionais. É justo, eles também defendem nosso país”, explicou
Volodin.Cabe ao Ministério da Defesa
definir quem deve determinar a missão, prazo e local de cumprimento, bem
como a composição e número de membros de cada unidade.As
cláusulas incluídas na nova lei afetarão retroativamente os voluntários
que participaram desde 24 de fevereiro na “operação militar especial”
na Ucrânia.“O projeto de lei é
extremamente importante e oportuno. Hoje, um grande número de homens
está a participar voluntariamente da operação militar especial. Eles são
verdadeiros patriotas e merecem todo o nosso apoio”, defendeu Andrei
Kartapolov, chefe do comité de defesa da Duma.Diante
da aguda falta de homens nas fileiras do Exército russo que está a
lutar na Ucrânia, quase todas as regiões vão formar unidades de
voluntários por ordem do Kremlin, indicou a imprensa independente russa.No
entanto, a participação de voluntários, escreve a agência noticiosa
espanhola EFE, “pouco influenciou a situação no terreno”, como aconteceu
até agora com a mobilização de 300.000 reservistas ordenados por Putin.Tanto voluntários como mobilizados reclamam a falta de equipamentos, a ausência de treino militar e as más condições de vida.A
ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia
causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões
de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de
acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de
refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial
(1939-1945).A invasão russa – justificada
por Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a
Ucrânia para segurança do país - foi condenada pela generalidade da
comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para
a Ucrânia e imposição de sanções políticas e económicasà Rússia.A
ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.374 civis
mortos e 9.776 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém
dos reais.