Duas turmas melhoram resultados e ficam mais motivadas com ajuda de tablets
12 de mar. de 2018, 15:19
— Lusa/AO online
A
Fundação Gulbenkian queria perceber o que acontece numa escola em que
os ‘tablets’ fazem parte do dia-a-dia e para isso distribuiu
equipamentos por todos os alunos e professores e, durante dois anos
letivos, dois investigadores acompanharam todo o processo. O
professor universitário José Luís Ramos, um dos autores do estudo
“’Tablets’ no Ensino e na Aprendizagem. A sala de aula Gulbenkian:
Entender o presente, preparar o futuro”, começa por sublinhar que os
alunos não são todos iguais, não utilizam as tecnologias da mesma
maneira nem com os mesmos fins.Além
disso, acrescenta, os resultados do estudo não podem ser extrapolados
para a realidade nacional, uma vez que foram acompanhadas apenas duas
turmas de uma escola de Lisboa.No
entanto, notou-se "maior motivação e uma atitude mais positiva para com
a escola e a aprendizagem" entre a maioria dos alunos.Regra
geral, “os alunos que mais utilizaram os ‘tablets’” foram também “os
que mais aprenderam”, diz o professor, considerando que “os ‘tablets’
podem ser um recurso muito interessante para a aprendizagem dos alunos”.Alunos
e professores receberam um ‘tablet’ “que podiam usar como quisessem”,
contou à Lusa o professor, sublinhando que houve um ou outro encarregado
de educação que não ficou agradado com a ideia de o seu filho estar
ligado em rede 24 horas por dia e que acabou por proibi-lo de tocar nos
aparelhos. Houve
alunos que usaram os ‘tablets’ com muita intensidade para diversão,
outros que os usaram pouco, mas de forma eficiente, segundo o estudo que
será apresentado terça-feira na Fundação Calouste Gulbenkian.Alguns
alunos utilizaram a tecnologia a seu favor, enquanto outros baixaram as
notas: "Sabemos que alguns alunos tiveram alguma dificuldade em gerir o
seu tempo", concluiu o professor. Durante
dois anos, os investigadores conseguiram acompanhar a utilização do uso
dos ‘tablets’, graças a um dispositivo de investigação, que passava
pela observação de aulas, gravação de aulas - "tivemos mais de 500 horas
de aulas gravadas" - entrevistas a alunos e a professores, explicou
José Luís Ramos.