Duarte Freitas diz que PS procura argumento para chumbar Orçamento Regional
12 de nov. de 2024, 09:57
— Lusa/AO Online
“O que o PS queria mesmo era
apresentar umas ideias genéricas para depois dizer que votava contra.
Mas, toda a gente estava à espera do voto contra do PS, não é nada de
novo. Nem nós quando recebemos as ideias ficamos com a convicção de que
aquilo seria exatamente para poderem viabilizar, foi para arranjarem um
argumento para não viabilizarem”, declarou Duarte Freitas aos
jornalistas, em Ponta Delgada.O secretário
regional, que falava à margem da assinatura de um protocolo com a Ordem
dos Arquitetos, respondia após ter sido questionado pela posição do
presidente do PS/Açores que, no domingo, afirmou que os socialistas
serão obrigados a votar contra o Plano e Orçamento para 2025 se o
governo açoriano continuar sem dialogar.Duarte
Freitas salientou que as exigências do PS para aprovar o Orçamento do
próximo ano “não foram propostas”, mas “sim algumas ideias”, e sinalizou
que a discussão orçamental é um “processo extraordinariamente
participado que ainda não está terminado”.“Devo
dizer que uma boa parte delas [as reivindicações do PS] é chover no
molhado porque ou já estão concretizadas ou em vias de concretização. Há
outras que são um pouco pior do que chover no molhado, é alguém querer
fazer chuva quando antes só fazia seca, quando teve oportunidade para
fazer seca”, disse, aludindo ao período de governação socialista (1996 a
2020).Duarte Freitas lembrou ainda que
enquanto foi presidente do PSD/Açores o partido absteve-se na votação
dos Orçamentos de 2013 e 2014, devido à crise económica.“É
muito estranho que o PS tenha apresentado ideias que chamou propostas e
agora tenha vindo dizer que vai votar contra porque as ideias, que não
são propostas, o governo ainda não se pronunciou sobre elas. Mas, o
governo ainda não se pronunciou sobre nenhumas”, salientou.O
secretário regional lembrou, por outro lado, que o Governo Regional
enfrenta vários problemas, como a situação no hospital de Ponta Delgada,
a inflação, a instabilidade no contexto internacional e a “exigência de
priorizar” o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que foi
“desenhado pelo PS” quando liderava o executivo açoriano.“Quando
temos essas exigências todas, em vez de termos o maior partido da
oposição a querer colaborar, está a inventar uma dialética imitando
aquilo que se faz no país. Os açorianos não gostam muito das imitações
que se fazem na República”, alertou.No
domingo, o líder do PS/Açores, Francisco César, garantiu que o partido
quer “dialogar para aprovar aquele que é o documento mais importante que
cada Governo tem no final de cada ano" e considerou o Chega é "o
parceiro escondido" da coligação.A 16
setembro, o presidente dos socialistas açorianos manifestou a
disponibilidade do partido para viabilizar o orçamento regional para
2025, impondo como condição chegar a um conjunto de entendimentos em 11
pontos, em várias áreas, como a saúde, habitação ou finanças públicas.