Duarte Freitas acusa Governo de "autoritarismo" sobre Caldeira Velha

6 de dez. de 2017, 14:24 — Lusa/AO online

"Na minha visão, isto foi pura e simplesmente uma medida autoritária, unilateral, de um governo do 'quero, posso e mando', e que, no caso da Ribeira Grande, quis demonstrar que a câmara, não sendo da sua cor política, ia ser castigada", advogou Duarte Freitas, falando aos jornalistas na Ribeira Grande.O líder dos sociais-democratas dos Açores falava depois de se reunir, entre outros, com o autarca da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, eleito pelo PSD.Duarte Freitas definiu a Ribeira Grande como um concelho "exemplar" a nível ambiental e educacional, tendo inclusive ganho vários prémios de "boas práticas ambientais" em anos recentes, um dos motivos da estranheza do responsável da passagem da Caldeira Velha para a gestão do Governo Regional.O líder do PSD/Açores declarou ainda "grande preocupação com os funcionários" da Caldeira Velha e o seu futuro.Em 14 de novembro foi anunciado que a Caldeira Velha ia regressar à tutela do Governo Regional, de acordo com uma carta enviada ao presidente da câmara local, denunciando o protocolo para a conservação e manutenção do monumento natural, celebrado a 19 de janeiro de 2012 entre o executivo açoriano e o município da ilha de São Miguel.“Face à degradação da qualidade da visitação, em virtude do aumento do número de visitantes, sem que tenham sido estabelecidos condicionantes para a presença em simultâneo no espaço, considera-se que importa tomar medidas relativamente a intervenções estruturais e alterações no modelo de gestão e visitação, bem como no controlo da qualidade dos recursos naturais daquela área protegida”, justificava então a Secretaria Regional numa informação enviada à agência Lusa.Alexandre Gaudêncio, social-democrata reeleito em outubro para um novo mandato na autarquia local, insistiu na ocasião que é “muito estranha” a decisão do executivo regional, do PS, lamentando não ter havido uma comunicação anterior ao ofício “quando são duas entidades de bem”.O presidente da câmara esclareceu que, em outubro, foi detetada uma bactéria na água da cascata, “mas sem perigo para a saúde pública, e o espaço não fechou”, apontando as implicações no Orçamento municipal, recentemente aprovado, onde na receita constam cerca de 300 mil euros.A secretaria regional assumirá a gestão do monumento natural da Caldeira Velha a partir do dia 19 de janeiro de 2018.