Donald Trump adia política de importação de presas de elefantes africanos
18 de nov. de 2017, 13:02
— Lusa / AO online
Citado pela agência Associated
Press, Donald Trump afirmou que vai diferir a nova regra até avaliar
"todos os factos de conservação". No dia 16 de novembro, a
administração norte-americana avançou que iria permitir a importação de
partes de corpos de elefantes africanos caçados em desporto, referindo
que encorajar os caçadores pode ajudar as espécies vulneráveis. Em
comunicado, o serviço de Vida Selvagem dos Estados Unidos anunciou, na
altura, que ao permitir que os elefantes dos Zimbabué e da Zâmbia sejam
trazidos como troféus, conseguiria recolher fundos para programas de
conservação das espécies. "A caça desportiva legal e bem
regulamentada, como parte de um programa de gestão, pode beneficiar
determinadas espécies, proporcionando incentivos às comunidades locais
para conserva essas espécies e colocar as receitas de volta à
conservação", sublinhou. A nova política, que se aplica a
elefantes africanos mortos entre janeiro de 2016 e dezembro de 2018, vem
romper com a proibição imposta pelo Governo de Barack Obama em 2014. Os
defensores dos direitos dos animais, alguns grupos ambientalistas, bem
como o próprio Partido Republicano criticaram a decisão de Trump. O
presidente do comité de Negócios Estrangeiros da Câmara de
Representantes, Ed Royce, classificou a decisão como um "movimento
errado, na hora errada". O Presidente dos Estados Unidos reagiu,
através da rede social 'Twitter', afirmando que a política "estava em
estudo há anos" e que a mesma ficaria "em espera", até ser analisada com
o secretário de Estado do Interior, Ryan Zinkie. Por sua vez,
Ryan Zinkie emitiu uma nota, na qual afirmava que, de acordo com todas
as leis, regras e regulamentos aplicáveis, a emissão de licenças ficava
suspensa até a decisão ser revista. O elefante africano foi classificado como ameaçado na Lei de Espécies Ameaçadas dos Estados Unidos, desde 1979. O
número de elefantes africanos diminuiu de cerca de cinco milhões há um
século para cerca de 400 mil, número esse que continua a diminuir a cada
ano. De acordo com as Nações Unidas, cerca de 100 mil elefantes foram
mortos entre 2010 e 2012.