Autor: Lusa/AO Online
Desde março, altura do início da crise sismovulcânica naquela ilha do arquipélago açoriano, o CIVISA já registou mais de 41 mil sismos naquela ilha.
Quanto aos abalos sentidos hoje, foi registado um às 10h09, que teve epicentro a cerca de dois quilómetros a Este de Santo Amaro, na ilha de São Jorge.
Este sismo foi sentido com intensidade máxima IV da escala de Mercalli Modificada, nas freguesias das Velas, Santo Amaro, Norte Grande e Urzelina, no concelho das Velas, na ilha de São Jorge.
Às 10h57, foi registado outro evento sísmico, com magnitude de 2,2 na escala de Richter e epicentro a cerca de um quilómetro a nor-noroeste de Santo Amaro.
Este segundo sismo foi sentido com intensidade máxima III/IV, na escala de Mercalli Modificada, na freguesia de Santo Amaro. Desde 19 de março, "foram identificados cerca de 292 sismos sentidos pela população", tendo o sismo de maior magnitude (3,8 na escala de Richter e epicentro a cerca de dois quilómetros das Velas) ocorrido a 29 de março.
O CIVISA adianta que a atividade sismovulcânica que se tem vindo a registar na ilha de São Jorge "continua acima do normal", estendendo-se, de grosso modo, entre a Ponta dos Rosais e a zona do Norte Pequeno, na Silveira.
"A atividade sísmica das últimas semanas apresenta uma ligeira tendência decrescente, por vezes interrompida por pequenos períodos de maior frequência e/ou energia libertada, situando-se presentemente os hipocentros, no geral, a profundidades superiores a cinco quilómetros", lê-se no comunicado.
Segundo o CIVISA, os dados existentes desde o início de abril, referentes à monitorização geodésica, "não evidenciam deformação significativa na zona epicentral" e as campanhas de medição de gases e temperatura no solo "não resultaram, até à data, na identificação de anomalias resultantes da atividade sismovulcânica".
Também as campanhas de hidrogeoquímica nas águas subterrâneas "não têm revelado variações significativas que possam ser associadas à crise sismovulcânica".
"A integração da informação disponível permite concluir que as estruturas tectónicas onde se desenvolveram as erupções históricas de 1580 e 1808, e a crise sismovulcânica de 1964, no Sistema Vulcânico Fissural de Manadas, foram reativadas, sendo de admitir que no início do fenómeno ocorreu uma intrusão magmática em profundidade", salienta o CIVISA.
A 08 de junho, o CIVISA baixou o nível de alerta na ilha de São Jorge de
V4 (ameaça de erupção) para V3 (sistema ativo sem iminência de erupção).