Doentes deslocados para hotéis na Horta não terão de abandonar quartos
17 de mai. de 2024, 17:51
— Lusa/AO Online
“De
acordo com contactos efetuados entre o Governo [Regional] e a
Assembleia Legislativa [Regional dos Açores], ficou já garantido que
nenhum doente em hotel terá de abandonar o seu quarto”, disse à agência
Lusa uma fonte oficial do executivo da coligação PSD/CDS-PP/PPM,
liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro.O
PS e o Chega nos Açores lamentaram que devido à comemoração do Dia
dos Açores - agendado para segunda-feira, na Horta (Faial) -, e
discussão do Plano e Orçamento da região para 2024, no parlamento
regional - que também funciona na cidade da Horta, entre terça-feira e
sexta-feira -, os doentes deslocados naquela ilha devido ao incêndio no
Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada (São Miguel),
estejam a ser retirados dos hotéis para alojamento dos políticos.“Os
membros do Governo dos Açores e as suas equipas de apoio com reservas
em unidades hoteleiras no Faial, a propósito do Dia da Região e da
semana plenária que se avizinha, estão nesta fase a procurar
alternativas noutro tipo de unidades hoteleiras, libertando o maior
número possível de quartos de hotel, em concreto das unidades que
acolhem doentes deslocados”, referiu à Lusa a mesma fonte do executivo
açoriano. Segundo a fonte, o Governo dos
Açores “está, como desde o primeiro minuto, solidário com os doentes que
tiveram de ser retirados do HDES, e tudo continuará a fazer para
garantir o maior conforto possível a todos”.A
secretária regional da Saúde, Mónica Seidi, tinha informado esta sexta-feira, em
declarações à Lusa, que os utentes da ilha de São Miguel que se
encontram no Faial a fazer hemodiálise, devido ao incêndio no HDES,
iriam ser realojados por falta de disponibilidade dos hotéis onde foram
inicialmente acolhidos.Em causa estão 31 utentes, que foram transferidos para a ilha do Faial para continuar os tratamentos de hemodiálise.Ao
saber da situação, o Chega/Açores defendeu o cancelamento das
comemorações do Dia dos Açores e do debate na Assembleia Regional, para
evitar que os doentes abandonem os hotéis onde estão instalados.Na
opinião do líder José Pacheco, “a solução é muito simples”: “Não temos
alojamento, cancelamos o Dia dos Açores [agendado para segunda-feira, na
Horta), cancelamos o Orçamento [que vai ser discutido no parlamento
regional, que também funciona na cidade da Horta, entre terça-feira e
sexta-feira]. Adiamos, fazemos noutro dia”.“Os
Açores sobreviveram até agora sem Orçamento, podem sobreviver mais uma
semana, quinze dias, um mês (…) Não morre ninguém por não haver
Orçamento. E não morre ninguém se não se fizer o Dia dos Açores na
Assembleia, na segunda-feira”, defendeu.Já
o grupo parlamentar do PS/Açores propôs ao presidente do parlamento
regional que altere a sessão plenária deste mês e mostrou
disponibilidade para os deputados serem realojados e evitar que doentes
deslocados no Faial abandonem hotéis.A
vice-presidente do grupo parlamentar socialista, Andreia Cardoso,
escreveu a Luís Garcia a transmitir a “total disponibilidade” em ajudar a
resolver o assunto e apresentou duas propostas.A
primeira está relacionada com a alteração da data de realização da
sessão plenária deste mês, “permitindo, assim, dar mais tempo para a
resolução desta situação, seja pela obtenção de outro tipo de
alojamento, seja pelo regresso [dos doentes] às suas casas, caso depois
possam garantir-lhes os demais cuidados na ilha de São Miguel”.Depois,
uma vez que as reservas de alojamento foram feitas e estão em nome da
Assembleia Legislativa, o PS assumiu a disponibilidade de todos os seus
deputados “para se alojarem noutras unidades hoteleiras na eventualidade
e na medida em que isso possa garantir as melhores condições de
conforto e comodidade aos doentes”.