Doenças respiratórias matam mais de 22 mil/ano em Portugal
23 de nov. de 2017, 08:45
— Lusa/AO Online
Em Portugal, as
doenças do sistema respiratório continuam a ser a terceira causa de
morte e há cada vez mais casos: em 2015 morreram 22.767 pessoas, o que
representa um aumento de 4.392 óbitos em relação a 2006.O
cenário traçado no relatório é dramático, com o aumento de mortes, mais
internamentos (115.828 pessoas internadas em 2015) e mais episódios de
doentes submetidos a ventilação mecânica (aumentaram 167% desde 2006).Nas
causas do óbito daquelas 22 mil pessoas aparecem neoplasias,
insuficiência respiratória, pneumonia, doença pulmonar obstrutiva
crónica (DPOC) e asma brônquica, enumera a 12.ª edição do Observatório
Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR) 2017, hoje divulgado em
Lisboa.Mas a
pneumonia continua a ser a principal causa de morte por doença
respiratória em Portugal: cerca de 55 mil mortes por 100 mil habitantes,
um valor muito acima da média europeia, que ronda as 25 mil mortes. Olhando para o mapa de Portugal, Beja, Setúbal, Portalegre, Santarém e Faro são os distritos onde mais se morre de pneumonia.Em
nove anos, as mortes por pneumonia aumentaram e, só em 2015,
registaram-se 43.199 internamentos, o que representa 37% dos
internamentos por doença respiratória. No
total, em 2015, foram internadas 115.828 pessoas devido a doenças
respiratórias, sendo as pneumonias e insuficiências respiratórias as
principais causas de internamento.O relatório regista um aumento de 15% de internamentos em relação a 2010 e de mais 35% em relação a 2006.No
mesmo sentido, os episódios de doentes submetidos a ventilação mecânica
mais do que duplicaram (aumentaram 167%) em relação a 2006.A
doença que apresenta aumentos mais preocupantes é a insuficiência
respiratória: mais 71% de mortes entre 2006 e 2015 e 160% de
internamentos com ventilação mecânica, segundo os dados avançados no
relatório.O
número de internamentos por pneumonia, insuficiência respiratória, DPOC,
neoplasias, asma, pleura, tuberculose, bronquiectasias e gripe também
aumentou 35% entre 2006 e 2015.O
Relatório ONDR 2017 propõe ainda várias medidas à promoção da saúde e
prevenção nas doenças respiratórias, alertando para a importância do
diagnóstico precoce, de melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde,
nomeadamente à Reabilitação Respiratória, da vacinação e da promoção de
informação.