Documento “cumpre rigorosamente” Lei das Finanças Regionais
OE2025
11 de out. de 2024, 10:27
— Lusa/AO Online
Numa
declaração sobre a proposta de OE apresentada na Assembleia da
República, o secretário Regional das Finanças referiu que, “sem embargo
de uma análise mais aprofundada que será feita, à partida parece que
cumpre rigorosamente com aquilo que está instituído na Lei das Finanças
das Regiões Autónomas”.Os Açores vão
receber 319,3 milhões de euros em 2025, ao abrigo da Lei das Finanças
das Regiões Autónomas, mais 4,2 milhões do que em 2024, segundo a
proposta de OE.De
acordo com a proposta do OE2025 disponibilizada no ‘site’ da Assembleia
da República, a Região Autónoma dos Açores vai receber 319.276.809
euros, mais 4,2 milhões do que os 315.123.131 euros previstos no
Orçamento do Estado para 2024.Dos 319,3
milhões de euros previstos para o próximo ano, 205.985.038 serão
recebidos pelos Açores ao abrigo do artigo 48.º da Lei das Finanças das
Regiões Autónomas (transferências orçamentais) e 113.291.771 euros no
âmbito do artigo 49.º (fundo de coesão para as regiões
ultraperiféricas).Duarte Freitas, que
falava aos jornalistas em Ponta Delgada, referiu que o valor reflete
“exatamente aquilo que está previsto na anteproposta de Plano para 2025”
e, nessa perspetiva, “está conforme as expectativas”.O
titular da pasta das Finanças recordou que a anteproposta de Plano da
região para 2025 prevê um endividamento até 150 milhões de euros “para o
caso de não ser repristinada a Lei das Finanças das Regiões Autónomas
no que diz respeito ao IVA”, que não foi, nesta fase, inserida nos
documentos orçamentais.Duarte Freitas
disse esperar que, “até ao fim da discussão na especialidade do OE, seja
considerada esta reivindicação justa da região de ser levantado um dos
últimos resquícios da ‘troika’ em Portugal”, que “coarta as receitas
fiscais em sede de IVA”, em função do diferencial fiscal (30%) entre os
Açores e o continente.Em 2025, os Açores preveem ser penalizados em cerca de 150 milhões de euros em sede de IVA, segundo o governante.A
receita global do IVA, antes da chegada da ‘troika’, era distribuída
conforme a percentagem da população açoriana no todo nacional, sendo
desde então considerado no cálculo do imposto não apenas a capitação,
mas o diferencial fiscal (30%) entre os Açores e a República.“A
nossa expectativa é que seja na especialidade, seja noutra configuração
qualquer, normativa e de produção legislativa nacional, essa situação
possa ser ultrapassada e que, já para 2025, ainda antes de uma revisão
mais compreensiva da Lei de Finanças das Regiões Autónomas, possamos ter
este acréscimo justo de receita do IVA”, afirmou Duarte Freitas.Questionado
sobre o diferencial entre a verba inscrita para os Açores no OE e no
Orçamento dos Açores para 2025 de cerca de 27 milhões de euros, o
governante referiu que, deste montante, 10 milhões de euros
relacionam-se com as obrigações de serviço público do transporte aéreo.Os
restantes 17 milhões de euros prendem-se “com a previsão inicial das
transferências por via dos 85% de apoio [por parte do Estado] para as
obras no Hospital do Divino Espírito Santo”, em Ponta Delgada, na
sequência do incêndio que ocorreu em maio.