Documentário japonês retrata a cidade de Angra do Heroísmo
11 de jul. de 2025, 09:48
— Maria Andrade
A estação televisiva japonesa NHK World produziu um documentário de 49
minutos sobre Angra do Heroísmo, destacando a cidade açoriana tal como
ela é. Classificada como Património Mundial pela UNESCO desde 1983,
Angra foi escolhida como uma das 25 cidades de destaque mundial para
integrar a série documental “Somewhere Street”.O jornalista Víctor
Alves participou ativamente na preparação do roteiro e na discussão do
mesmo. “A minha participação não passou da abordagem ao roteiro, uma
primeira conversa, explicar a cidade e fazer um apanhado daquilo que
eles podiam filmar. Aquilo foi uma coisa feita tipo ‘flash’, uma câmara
às costas, numa volta só, subir e descer a cidade e apanhar o que na
realidade ali existe naquela altura”, afirmou ao Açoriano Oriental.Meses
antes das filmagens, realizadas no verão de 2024, a equipa de produção
esteve cerca de uma semana na Ilha Terceira a preparar todos os
detalhes. Segundo Víctor Alves, o objetivo era claro: mostrar uma cidade
genuína, contada pelas suas próprias gentes. “Queriam fazer uma coisa
genuína. Que fossem as pessoas a contar a cidade e as vivências da
cidade. Foram isso que eles fizeram”, explicou.Neste sentido, o
documentário percorre diversos momentos e lugares emblemáticos de Angra,
incluindo imagens deambulatórias pela cidade, a tradicional tourada à
corda, festas de freguesia, a visita ao Algar do Carvão, entre outros
elementos típicos da vivência angrense. A gastronomia também recebeu
destaque.Víctor Alves acredita que os japoneses descobriram que
Angra possuía algo de autêntico, capaz de despertar o interesse do
telespectador. “Eles nunca falam em turismo, mas está subjacente a ideia
de que a série é um chamariz para os japoneses que viajam muito”,
admitiu.O mercado turístico japonês é considerado um dos maiores do
mundo, com viajantes dispostos a conhecer diferentes destinos em
qualquer altura do ano. O documentário, no entanto, não faz referência
às estações, preferindo mostrar “a cidade, o que ela tem por dentro e
como as pessoas podem divertir-se e passear”, explicou Alves.Segundo
o jornalista, a centralidade de Angra no meio do Atlântico foi um dos
fatores decisivos para a escolha: “A série que estreou agora tem 25
cidades das melhores do mundo e chamou-lhes à atenção a centralidade da
cidade no meio do Atlântico, a história e possibilidade de uma viagem
curta entre os Açores e a Europa, e uma viagem curta entre os Açores e a
América, o que quer dizer que transpondo para a Ásia também se torna
curta”, disse.“Ficaram muito encantados com os argumentos que fizeram da cidade Património Mundial”, acrescentou.O documentário está disponível para visualização em www3.nhk.or.jp.