Djokovic insiste em permanecer no país para disputar o Open da Austrália

10 de jan. de 2022, 18:41 — Lusa/AO Online

“Estou satisfeito e grato pelo facto de o juiz ter revogado o cancelamento do meu visto. Apesar de tudo o que aconteceu, quero ficar e tentar competir no Open da Austrália”, escreveu o atleta, na conta na rede social Twitter.A mensagem foi colocada pouco tempo depois de um tribunal australiano ter ordenado a libertação do líder do ranking mundial, retido desde quinta-feira num centro de detenção em Melbourne.O juiz Anthony Kelly ordenou ao Governo australiano a libertação do atleta, a devolução do passaporte e bens pessoais do sérvio, bem como o pagamento das despesas legais de Djokovic, que poderá assim disputar o Open da Austrália, mas o governo admitiu recorrer.“Continuo focado em jogar. Voei para cá para jogar num dos eventos mais importantes, diante de fãs incríveis”, completou Djokovic, em curta reação.A libertação de Djokovic reuniu centenas de apoiantes que rodearam a viatura que o transportava, obrigando a polícia a tentar dispersar a eufórica multidão. Em Belgrado, o seu irmão Djordje revelou que Djokovic já treinou e recordou que a sua ida à Austrália visa “estabelecer um novo recorde”.Se competir e vencer, somará 21 triunfos em torneios do ‘Grand Slam’. Neste momento, está empatado com o espanhol Rafael Nadal e o suíço Roger Federer, todos com 20 conquistas. Na Sérvia, a família de Djokovic celebrou a ‘boa nova’ jurídica, com a mãe a denunciar que o tenista foi alvo de “tortura” pelo tempo em que esteve retido e que a libertação foi “o maior triunfo da sua carreira”.“Não quero pensar nisso [deportação decretada pelo governo australiano], apenas que vai continuar livre e vai jogar” o Open da Austrália, disse a mãe de Djokovic, em conferencia de imprensa. O pai saudou a decisão do juiz, considerando que essa foi uma vitória “de todo o mundo livre”.“Ele está fantástico. Tem uma força mental que esta situação não alterou em absoluto. Deu-lhe energia adicional. Mal pode esperar por 17 de dezembro, que o torneio comece. Ganhará os próximos 10 torneios”, vaticinou.O tenista, número um mundial, aterrou no aeroporto de Melbourne na quarta-feira à noite para participar no Open da Austrália, que decorre de 17 a 30 de janeiro.Após a chegada, as autoridades de imigração revogaram o visto por, alegadamente, não ter cumprido os requisitos de entrada que procuram prevenir a propagação da covid-19 no país, apesar de uma isenção médica que lhe permitia entrar no país sem vacinação.A defesa de Djokovic, que se opõe à imunização obrigatória contra a covid-19, alega que o sérvio recebeu uma avaliação por correio eletrónico do Departamento de Assuntos Internos australiano, na qual se indicava que este era elegível para entrar no país sem quarentena, embora o Governo de Camberra argumentasse que tal não constituía uma garantia.