Dívida dos fornecedores está a estrangular associações de bombeiros
1 de jul. de 2024, 08:53
— Ana Carvalho Melo
“Na
reunião realizada em Ponta Delgada, a Federação analisou o valor das
dívidas dos fornecedores para com as associações, que atualmente
ultrapassa as centenas de milhares de euros, o que está a estrangular
financeiramente as instituições, já de si com uma situação débil,
resultando em atrasos sucessivos nos investimentos urgentes e
necessários para os corpos de bombeiros”, declara a Federação de
Bombeiros em nota enviada à comunicação social, realçando que 60% do
valor em dívida resulta de atrasos de pagamentos das unidades
hospitalares e do Fundo de Coesão.A direção da Federação de
Bombeiros da Região Autónoma dos Açores, que se reuniu no sábado para
discutir o futuro do setor, destaca ainda que outra preocupação está
relacionada com o modelo de financiamento necessário a implementar na
Região, que tem sido trabalhado ao longo dos últimos meses para
implementação até ao final de 2024.“O setor necessita de todos, e
para isso é necessário previsibilidade e tranquilidade, nunca deixando
de lutar por um setor melhor e com maior qualidade’, foi o repto deixado
pela direção da Federação num encontro mantido com o secretário
regional do Ambiente e Ação Climática, que tutela a Proteção Civil dos
Açores, bem como com o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e
Bombeiros dos Açores, numa segunda reunião realizada pela Direção agora
em Vila Franca do Campo”, é destacado.Outra preocupação analisada
pelos responsáveis da Federação foi a massa salarial dos bombeiros na
Região e as receitas necessárias para atualizá-la. Ainda nesta reunião, foi analisada a comunicação do SNBP/ANBP sobre uma eventual greve no setor. “O
apelo que a Federação faz a todos os bombeiros é de bom senso, para que
se permita às associações tempo para implementar todas as metodologias
de financiamento e, posteriormente, iniciar negociações com o setor para
aumentos salariais”, apelando ainda: “Uma greve no atual contexto
colocaria as associações numa situação ainda mais complicada em termos
financeiros, resultando no incumprimento de contratos e nas respetivas
indemnizações, que seriam pagas na íntegra pelas associações
humanitárias”.