Discurso do líder reeleito Rui Rio abre hoje primeiro dia da reunião magna de Viana
PSD/Congresso
7 de fev. de 2020, 10:50
— Lusa/AO Online
A
proposta do PSD de reduzir o IVA da eletricidade para as famílias de 23
para 6% acabou retirada e as do PCP e BE ‘chumbadas’, num processo que
terminou com fortes críticas do Governo e do PS a Rui Rio e do
presidente do PSD aos comunistas, mas também ao antigo parceiro de
coligação CDS-PP, responsabilizando estas duas bancadas pelo resultado
das votações.Se o tema do Orçamento do
Estado passará pelo Congresso de Viana do Castelo é uma incógnita, numa
reunião magna que acontece três semanas depois de eleições diretas muito
disputadas e que levaram o PSD a uma inédita segunda volta.Rui
Rio foi reeleito para um segundo mandato à frente do PSD em 18 de
janeiro com 53,2% dos votos, contra 46,8% de Luís Montenegro, depois de,
na primeira volta, ter falhado por pouco a necessária maioria absoluta
dos votos expressos, com 49%. Pelo caminho, ficou o terceiro candidato, o
presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz, que
conseguiu 9,5% dos votos.Rio já disse
esperar “um congresso tranquilo”, mas frisando que tal não significa
ausência de críticas, até para “dar vivacidade” à reunião.Na
noite eleitoral, Luís Montenegro assegurou que iria ao Congresso de
Viana do Castelo e enquadrou a sua participação como “um contributo para
o debate”. Nessa ocasião, o antigo líder parlamentar do PSD recusou que
a derrota nas diretas significasse a sua “morte política”, mas garantiu
que, nos próximos tempos, a intervenção no partido se esgotaria na
reunião de Viana, regressando à sua condição de militante de base.Uma
das dúvidas do 38.º Congresso será o grau de renovação que Rio irá
fazer nos órgãos nacionais para o seu segundo mandato, com o próprio a
assegurar que não fará “uma revolução”, mas também que “não ficará tudo
na mesma”. As saídas de Elina Fraga e de
José Manuel Bolieiro (que tem assento por inerência na Comissão Política
Nacional como líder do PSD/Açores) têm sido apontadas como certas, bem
como um reforço do papel de Joaquim Sarmento - porta-voz do partido para
as Finanças Públicas - na direção.O
Conselho Nacional, órgão máximo do partido entre congressos, será como
habitualmente o espelho das várias sensibilidades do partido, sendo já
certas, além da lista da direção, outra de apoiantes de Montenegro - que
deverá ser encabeçada pelo presidente da Câmara Municipal de Famalicão,
Paulo Cunha -, uma de Carlos Eduardo Reis (que liderou a segunda lista
mais votada no último Congresso) e uma com o presidente da distrital de
Setúbal, Bruno Vitorino, como primeiro nome. Também
Joaquim Biancard Cruz deverá voltar a apresentar uma lista ao Conselho
Nacional (com nomes como o deputado Duarte Marques e a eurodeputada
Lídia Pereira), tal como o deputado e ex-candidato a líder da JSD André
Neves.Miguel Pinto Luz já anunciou que irá
ao Congresso de Viana, onde fará uma intervenção, mas não integrará nem
“se associará” a qualquer lista ao Conselho Nacional, embora Bruno
Vitorino tenha sido um dos seus mais destacados apoiantes.Rui
Rio anunciou na noite das diretas que não iria, ao contrário do que fez
há dois anos, tentar uma lista de unidade com o candidato derrotado,
assumindo que teria uma lista própria ao Conselho Nacional. Há dois
anos, foi o eurodeputado Paulo Rangel o primeiro nome indicado pelo
atual presidente (teve como número um o candidato derrotado de 2018,
Pedro Santana Lopes).O 38.º Congresso do
PSD tem arranque previsto para as 21:00, com a apresentação da moção
global de estratégia pelo líder, Rui Rio, que voltará a falar aos
congressistas no domingo.Em Viana do
Castelo, serão também apresentadas entre a noite de hoje e a manhã de
sábado 13 moções setoriais ao Congresso, com temas como a introdução de
primárias no PSD, a eutanásia ou a Segurança Social.A
Lusa contactou alguns ex-líderes do PSD e, até agora, nenhum irá ao
Congresso, com Marques Mendes a justificar estar fora do país este
fim-de-semana e fontes próximas de Luís Filipe Menezes a indicarem que o
antigo autarca de Gaia não deverá ir a Viana do Castelo. Também o
fundador do partido e militante número um do PSD, Francisco Pinto
Balsemão, não participará neste Congresso.Como
novidade na organização, os congressistas poderão registar-se
automaticamente em ‘tablets’ disponibilizados no recinto, através de um
“QR Code” (código de barras) recebido no seu telemóvel, semelhante aos
dos bilhetes de avião.