Discurso do Estado da União domina sessão de ‘rentrée’ do Parlamento Europeu
14 de set. de 2020, 09:53
— Lusa/AO Online
Inaugurado pelo
antigo presidente da Comissão José Manuel Durão Barroso, em 2010, o
discurso do Estado da União tornou-se o ‘cartaz’ da sessão plenária de
setembro, sendo a oportunidade de o executivo comunitário e os
eurodeputados discutirem os grandes desafios e prioridades para os 12
meses seguintes, com a pandemia da covid-19 a ser este ano o tema
incontornável.A resposta europeia à crise
da covid-19 deverá dominar o discurso, na quarta-feira, de Von der
Leyen, numa altura em que a pandemia continua bem presente, como o
demonstra o facto de, pela primeira vez, o Estado da União não ter lugar
em Estrasburgo. A decisão, mal acolhida
pelas autoridades francesas, foi tomada na passada terça-feira pelo
Parlamento Europeu, em virtude de a região francesa do Baixo Reno ter
sido classificada como ‘zona vermelha’ ou de alto risco de contágio.Além
de previsivelmente muito presente no debate sobre o Estado da União, a
crise da covid-19 também domina boa parte da agenda da sessão, com os
eurodeputados a votarem um parecer legislativo sobre os recursos
próprios, peça essencial da Fundo de Recuperação acordado pelos líderes
em julho passado, e a debaterem e votarem uma resolução sobre como
melhorar a coordenação dos Estados-membros face à pandemia, como
critérios comuns para restrições à livre circulação.A
sessão, que decorrerá entre segunda e quinta-feira, será também palco
de uma série de debates sobre os grandes temas da atualidade
‘extra-covid’, designadamente a nível de política externa, a tensão
entre Grécia e Turquia no Mediterrâneo oriental e a situação na
Bielorrússia, no Líbano e na Rússia, à luz do envenenamento do opositor
Alexei Navalny, todos na terça-feira.Na
quinta-feira, a concluir uma agenda muito preenchida, o Parlamento
Europeu irá debater e adotar uma resolução sobre a situação humanitária
no norte de Moçambique, designadamente na província de Cabo Delgado,
palco de ataques por grupos terroristas desde outubro de 2017, que já
causaram a morte de, pelo menos, 1.059 pessoas em quase três anos, além
da destruição de várias infraestruturas.