Disciplinas do secundário poderão ter peso diferente no acesso ao superior
5 de jan. de 2023, 17:54
— Lusa/AO Online
O modelo de acesso ao
ensino superior está a ser revisto e uma das medidas que está em cima da
mesa é diferenciar o peso que cada disciplina do secundário tem no
momento de fazer a média dos três anos de estudo, contou à Lusa o
secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Teixeira.“Um
dos aspetos que nós estamos a equacionar conjuntamente com o Ministério
da Educação é a forma de cálculo da média do secundário. A média do
secundário neste momento trata da mesma forma uma disciplina anual, uma
disciplina bienal e uma disciplina trienal”, disse.A
ideia é a de “aumentar o peso das disciplinas” em que “os alunos
trabalham ao longo de mais tempo, porque refletem mais o trabalho que
fizeram” e por serem “mais representativas do seu percurso”, explicou.Caso
avance a medida será introduzida de forma gradual, garantiu o
governante: “Não será certamente para os alunos que estão este ano no
12.º ano, porque já estão numa fase terminal”.A
ideia do Governo é que as várias medidas sejam introduzidas de forma
progressiva, até porque “têm um impacto muito grande na vida de milhares
de estudantes”.Para já mantém-se a regra
que entrou em vigor durante a pandemia e que veio definir que só eram
exigidos exames nacionais aos alunos que pretendessem prosseguir os
estudos para o ensino superior.Terminando assim a obrigatoriedade de todos os alunos realizarem os exames para terem a certificação do secundário.Outro
dos aspetos que também foi discutido no processo de revisão do modelo
de acesso ao ensino superior foi “o tipo de exames” que os alunos do
secundário fazem.A ideia é que os exames
consigam avaliar os conhecimentos do que estudaram ao longo do
secundário, mas também que tenha “uma componente de aplicação de
conhecimentos”, que permita avaliar “a capacidade para resolver
problemas, para aplicar conhecimentos a situações novas, um pouco à
semelhança daquilo que existe, por exemplo, nos testes internacionais,
como o PISA”, exemplificou Pedro Teixeira.O
secretário de Estado recordou que este é um caminho que já começou a
ser feito pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), que “tem
procurado aos poucos introduzir alguns elementos”, introduzindo
“progressivamente algumas questões um pouco diferentes”.Pedro
Teixeira disse que estas mudanças, a acontecerem, serão sempre
graduais: “Isto também tem que ser feito com algum cuidado, porque, se o
modelo de exames mudar radicalmente de um ano para o outro, isso vai
surpreender muito os estudantes e os professores que estiveram a
preparar num determinado percurso”.Pedro
Teixeira assegurou que “obviamente não está em cima da mesa” a ideia de
“alterar radicalmente o modelo de exames para este ano”.Outra
das novidades previstas é a obrigatoriedade de todos os alunos
realizarem quatro exames nacionais, sendo a disciplina de Português
obrigatória para todos.Pedro Teixeira
lembrou ainda uma mudança que deverá entrar já este ano em vigor é a de
antecipar a divulgação do despacho de vagas para o ensino superior assim
como a colocação de todos os alunos, quer se candidatem na 1.º, 2.º ou
3.º fases de acesso.O habitual despacho de
vagas, “que era conhecido apenas em junho ou julho, deverá ser
divulgado até ao final de março”, disse Pedro Teixeira.