Dirigente sindical da polícia inicia greve de fome frente ao Palácio de Belém
12 de mar. de 2019, 12:35
— Lusa/AO Online
O
protesto foi iniciado hoje às 10h00 (Lisboa), frente ao Palácio de
Belém, a residência oficial do Presidente da República, em Lisboa, sendo
uma “ação programada e planeada a favor da PSP”.“É
uma ação programada e planeada, que não é contra ninguém, mas sim a
favor da PSP. Os polícias fazem parte de um corpo especial da
administração pública e são dos poucos que não têm direito à greve. Há
várias reivindicações em cima da mesa que são do conhecimento do
Ministério da Administração Interna desde o ano passado e sem qualquer
tipo de resposta ou de início de negociação”, afirmou Peixoto Rodrigues
em declarações à agência Lusa.O presidente
do Sindicato Unificado da PSP e dirigente da Federação Nacional dos
Sindicatos de Polícia (Fenpol) diz que só há duas formas para terminar a
greve de fome ou “abstenção à ingestão de alimentos sólidos”: ter
“garantias da tutela para resolução” das reivindicações dos
profissionais ou “ter problemas de saúde e ter de ser hospitalizado”.Os
profissionais contestam o incumprimento de uma decisão do Supremo
Tribunal Administrativo que condenou o Estado a pagar os suplementos
remuneratórios desde 2010 durante os períodos de férias.Outra
das exigências é o aumento imediato do suplemento por serviço nas
forças de segurança, bem como a indexação dos suplementos de serviço,
partilha, turno, piquete e comando à remuneração principal de cada
elemento policial.A Fenpol quer ainda a
“revisão imediata” do fator de sustentabilidade aplicado aos
profissionais da PSP que se aposentaram em 2014 e 2015, que causou uma
perda do valor da pensão de aposentação.Os
profissionais também contestam a existência de dois subsistemas (Caixa
Geral de Aposentações e Segurança Social) consoante os elementos da PSP
foram incorporados até final de 2005 ou a partir de 2016, o que impõe
regras distintas aos profissionais.Questionado
pela Lusa, Peixoto Rodrigues negou que esta ação de protesto se tenha
inspirado na greve de fome do presidente do Sindicato Democrático dos
Enfermeiros (Sindepor), indicando que foi uma forma de luta “programada
há muito tempo” e muito ponderada.“É uma
situação extrema e máxima de uma luta, não é inspiração em ninguém. É
uma luta dos polícias e para os polícias”, declarou.A
greve de fome inicia-se na véspera de uma manifestação de polícias
fardados marcada para Lisboa e organizada por vários sindicatos da PSP. A
manifestação vai decorrer entre a Direção Nacional da Polícia de
Segurança Pública, na Penha de França, e em direção ao Ministério da
Administração Interna, na praça do Comércio.