Diretora-geral da Saúde pede que não se especule antes de saber causas da morte de criança
20 de jan. de 2022, 12:16
— Lusa/AO Online
“Qualquer coisa
que se diga é prematuro”, adiantou Graça Freitas, em declarações à
agência Lusa sobre a morte no domingo de um menino de seis anos com
teste positivo para SARS-CoV-2, um dia depois de ter dado entrada no
hospital com um quadro de paragem cardiorrespiratória.A
diretora-geral da Saúde deixou três mensagens sobre este caso:
“Solidariedade e respeito para com a família, não fazer comentários sem
saber as conclusões das investigações e deixar uma palavra de serenidade
para a vacinação”.Graça Freitas frisou que apenas vai dizer “três coisas” sobre este caso. “A
primeira de um respeito profundo e de um lamento profundo e de uma
solidariedade profunda para com os pais e acho que esse respeito tem que
se manter”.A segunda é que “não se deve
tirar conclusões sem saber o que de facto aconteceu”, disse, sublinhando
que é preciso esperar: “não há nada a fazer”.Por
último, Graça Freitas quis deixar “uma palavra de serenidade para os
pais e para todas as pessoas que, neste momento, estão a receber
vacinas”, apelando para continuarem a aderir ao processo de vacinação
contra a Covid-19.O Centro Hospitalar
Universitário Lisboa Norte (CHULN) anunciou na segunda-feira que um
menino de seis anos com teste positivo para SARS-CoV-2 morreu no domingo
no Hospital Santa Maria e que as causas da morte estão a ser
analisadas.O centro hospitalar afirmou, em
comunicado, que a criança deu entrada no Hospital de Santa Maria no
sábado com “um quadro de paragem cardiorrespiratória”.“A
criança tinha a primeira dose da vacina contra a Covid-19, tendo o
CHULN notificado o caso ao Infarmed e à Direção-Geral da Saúde” (DGS),
refere o comunicado.A Autoridade Nacional
do Medicamento confirmou também na segunda-feira ter recebido uma
notificação de suspeita de reação adversa relacionada com esta morte.“Confirmamos
que recebemos a notificação de suspeita de reação adversa no decorrer
do dia de hoje e que a mesma se encontra a ser tratada pelo Infarmed em
conjunto com a Unidade Regional de Farmacovigilância de Lisboa, Setúbal e
Santarém”, adiantou a Autoridade Nacional do Medicamento à agência
Lusa.Segundo o regulador nacional, estão a
ser recolhidos “dados adicionais por parte do notificador para análise e
avaliação da imputação de causalidade, uma vez que, não sendo a
aparente relação temporal o único determinante na avaliação da
causalidade, é necessário proceder à recolha de toda a informação
clínica”.Entretanto, a Procuradoria-Geral
da República (PGR) instaurou a abertura de inquérito, que corre no
Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.