Diretor nacional da PSP defende diminuição do número de esquadras
7 de jul. de 2022, 10:59
— Lusa/AO Online
Na cerimónia de
aniversário da PSP e dirigindo-se ao ministro da Administração Interna,
Magina da Silva identificou como um dos “desafios mais relevantes” a
reorganização e racionalização do dispositivo de instalações policiais.“De
forma transparente e participada, urge racionalizar e diminuir o número
de subunidades operacionais da Polícia de Segurança Pública,
concretamente de esquadras, o que permitirá obter ganhos de eficiência e
eficácia”, disse, frisando que “um número elevado de esquadras consome
polícias apenas para se manterem abertas” e “diminui o número de
polícias disponíveis para responder a solicitações urgentes”.O
responsável sustentou que “não são as esquadras que respondem às
ocorrências, mas sim os carros-patrulha e as respetivas tripulações”. Como
exemplo, referiu a situação da polícia nacional de Espanha, na área
metropolitana de Madrid, para uma população superior a seis milhões tem
36 edifícios policiais, dos quais 31 comissariados operacionais. Por
sua vez, o Comando Metropolitano de Lisboa, para uma população de cerca
de 1.760.000, tem 109 edifícios policiais, dos quais 66 esquadras. Magina
da Silva apontou ainda “como desafios mais relevantes” o aumento da
atratividade da função policial e maior cobertura da videovigilância dos
espaços públicos e de acesso público.O
diretor nacional da PSP deu também conta que 150 agentes reforçaram o
plano de contingência do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras para os
aeroportos portugueses durante os meses de verão.O
responsável avançou igualmente com uma "preocupante tendência”
registada após o fim do confinamento, devido à pandemia de covid-19, que
passa por “um aumento da intensidade da violência usada para praticar
crimes violentos, especialmente com o uso de armas brancas e de fogo”,
bem como pelo “desrespeito e hostilidade relativamente a intervenções
legais e legítimas dos polícias”.“Temos
que estudar e compreender estas preocupantes tendências, cientes de que a
sua inversão não dependerá apenas da ação policial, mas do envolvimento
de toda a nossa sociedade”, referiu.Num
discurso virado para dentro da instituição PSP, depois de notícias que
davam conta de um descontentamento interno e de pedidos da sua demissão,
Magina da Silva sustentou que “somente com polícias motivados é
possível cumprir a missão". “Dentro da
nossa esfera de competência, atuamos na motivação dos polícias, em
diversas frentes”, disse, destacando “uma comunicação interna intensa,
baseada na frontalidade e lealdade”, “celeridade aos complexos e
demorados procedimentos de concurso para promoção”, revisão do regime de
horários e desmaterialização de diversos processos internos.“Na
qualidade de vosso diretor nacional, manifesto-vos o meu orgulho e
admiração pela vossa dedicação e disponibilidade permanentes, pela vossa
determinação, profissionalismo e espírito de missão, apesar das
inúmeras dificuldades, riscos e desafios que enfrentamos, todos os dias.
É um orgulho servir ao vosso lado”, sustentou.O
diretor da PSP pediu ainda aos polícias para que na Polícia de
Segurança Pública se trabalhe “em conjunto e não uns contra os outros”.A cerimónia do 155.º aniversário da PSP foi presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.