Diretor faz balanço positivo de encontro literário Arquipélago de Escritores
18 de nov. de 2019, 12:23
— Lusa/AO Online
"Faço um balanço positivo, porque
conseguiu-se discutir temas pertinentes a partir dos livros. Houve
debate, dissensão, que é importante, e as pessoas escolhidas, acho que
cada um trouxe a sua perspetiva sobre os temas", disse à agência Lusa o
organizador do encontro literário. Nuno Costa Santos salientou a "adesão dinâmica e interessada" da comunidade. "Muita
gente acorreu aos encontros. Foram citados, com terceiros, frases que
foram ditas no encontro e isso enche-me de satisfação. Que é a adesão da
comunidade, mas uma adesão não apática. Mas uma adesão dinâmica e
interessada", apontou. O escritor frisou
que uma das "marcas" desta segunda edição do festival foi suscitar
debate através dos livros, em detrimento de discutir "só temas
especificamente literários". "Acho que
pode ser um pouco fastidioso estar a discutir só temas especificamente
literários. Os livros suscitam debate, debates sobre a Europa, sobre o
século XX, as redes sociais. Portanto, é mais interessante fazer isso,
fazer conversa a partir dos livros sobre temas sociais, políticos,
económicos, do que ficarmos cingidos a questões especificamente
literárias que estão mais adequadas para congressos fechados",
assinalou. Das 19 sessões da iniciativa, o
organizador relevou as sessões de homenagem a Santos Barros, poeta
terceirense falecido em 1983, e a Vamberto Freitas, escritor e crítico
literário terceirense, residente em São Miguel, que foi o homenageado
desta edição do Arquipélago de Escritores. "As
duas sessões de homenagem ao Santos Barros e ao Vamberto Freitas foram
muito interessantes e foi muito importante fazê-las. Porque são duas
pessoas que calharam nessa causa, porque, como eu disse, o Arquipélago
de Escritores tem como inspiração a forma como eles lidaram com a
literatura cá nos Açores e fora, mas olhando para cá", disse. Sobre
uma terceira edição, Nuno Costa Santos acredita ser "natural" que o
evento continue, devido à afluência das pessoas e à valorização da
escrita dos Açores. "Ainda não carimbaram
essa possibilidade, mas eu penso que é natural que continue por causa do
que eu disse. As pessoas acorreram, discutiram, falaram. Vieram pessoas
que têm coisas a dizer. Valorizou-se a escrita dos Açores. Portanto, é
para continuar, e eu sou um bocado teimoso: se não me deram um aval de
um lado, vou para outro, porque isso tem de se fazer", concluiu.Pela
edição de 2019 do Arquipélago de Escritores, passaram autores como
Richard Zimler, Teju Cole, João de Melo, Hugo Gonçalves, Joel Neto,
Filipe Homem Fonseca, Alexandre Quintanilha, Rui Tavares e Dulce Maria
Cardoso.