Direção-Geral do Orçamento divulga hoje execução orçamental até agosto
25 de set. de 2017, 08:20
— Lusa/AO Online
Até julho, as Administrações
Públicas registaram, em contas públicas, um défice de 3.762,7 milhões
de euros, o que se traduziu numa melhoria de 1.153,1 milhões de euros
face ao registado em igual período de 2016 (-4.915,8 milhões de euros).Esta
melhoria, segundo explicou a DGO, resultou do aumento da receita (3,2%)
e do acréscimo ligeiro de despesa (0,5%), tendo o saldo primário (que
exclui os encargos com a dívida pública) sido excedentário em 1.725,9
milhões de euros, 1.376,9 milhões de euros acima do verificado em igual
período do ano anterior.O aumento da receita (1.391,3 milhões de
euros, face ao período homólogo) reflete, essencialmente, "a evolução
positiva da receita fiscal, destacando-se, nos impostos diretos, o
esbatimento do efeito do diferente perfil intra-anual dos reembolsos de
IRS que se havia feito sentir, em particular, no mês anterior".Já
para a subida da despesa face ao período homólogo (238,2 milhões de
euros) contribuíram, principalmente, o crescimento dos juros e outros
encargos (4,2%), entre eles o pagamento de juros relativos a contratos
de 'swaps', por parte do Metro do Porto, a evolução das aquisições de
bens e serviços (3,6%), em especial no programa orçamental saúde (4,3%),
assim como o forte crescimento do investimento excluindo Parcerias
Público-Privadas (28,8%). "Em sentido inverso, destaca-se a
contração das transferências correntes, maioritariamente justificada
por, em 2017, apenas metade das prestações relativas ao 13.º mês ser
objeto de pagamento por duodécimos", explicou a DGO.Por sua vez, a
receita fiscal líquida do subsetor Estado registou, até julho, um
crescimento de 950,2 milhões de euros (mais 4,4%) face ao período
homólogo, "invertendo a trajetória dos meses recentes, em virtude da
diminuição do desfasamento temporal dos reembolsos de IRS antecipados
para os meses de abril a junho".Em termos homólogos, acrescenta a
entidade liderada por Manuela Proença, a taxa de variação da receita
situa-se acima da prevista para o conjunto do ano (3%), destacando-se o
crescimento do IRC (mais 18,8%) e do IVA (mais 4,9%).Os números
divulgados pela DGO são apresentados em contabilidade pública, ou seja,
têm em conta o registo da entrada e saída de fluxos de caixa, e a meta
do défice fixada é apurada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
em contas nacionais, a ótica dos compromissos, que é a que conta para
Bruxelas.Em 2016, o défice orçamental em contas nacionais ficou
nos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) e, para este ano, a estimativa do
Governo apresentada no Programa de Estabilidade aponta para uma redução
do défice para os 1,5% do PIB até dezembro.No primeiro semestre, o
INE divulgou que o défice das administrações públicas foi de 1,9%,
abaixo dos 3,1% registados no período homólogo, mas acima da meta para o
conjunto do ano.