Direção-Geral do Orçamento divulga execução orçamental
24 de nov. de 2017, 13:23
— Lusa/AO online
Até
setembro, o défice orçamental foi de 569 milhões de euros,
representando uma melhoria de 2.290 milhões de euros face ao mesmo
período do ano passado, um desempenho que o Ministério das Finanças
disse ser justificado por um aumento de receita de 4,1% e um crescimento
da despesa em 0,1%."A
continuada evolução favorável do défice reforça a confiança nos
objetivos orçamentais estabelecidos para 2017 e permitirá acomodar o
elevado impacto de fatores que vão traduzir-se num abrandamento do ritmo
de redução do défice no quarto trimestre", assegurou, na altura, o
ministério de Mário Centeno.Em
causa estão, do lado da despesa, o pagamento do subsídio de Natal (que
terá, pela primeira vez, o pagamento de 50% em novembro), e do lado da
receita, a componente temporária do Programa Especial de Redução do
Endividamento ao Estado (PERES) e o acerto de margens financeiras da
União Europeia. No total, segundo o ministério, estas medidas têm um
impacto de 1.500 milhões de euros.O
excedente primário, que exclui os encargos com a dívida, ascendeu a
5.559 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, traduzindo um
crescimento de 2.480 milhões de euros.Quanto
à receita fiscal, o Estado arrecadou 31.078 milhões de euros em
impostos até setembro, um aumento de 6% (ou 1.762,6 milhões de euros)
face ao mesmo período do ano passado.Este
crescimento verificado nos primeiros três trimestres do ano "excede o
previsto no OE2017 [Orçamento do Estado para 2017]", de 3%, refletindo
"maioritariamente a aceleração da atividade económica a um ritmo
superior ao esperado".O
crescimento da receita fiscal até setembro está também acima do
previsto no OE2018, em que o Governo atualizou esta projeção, esperando
este ano um aumento homólogo de 4,8%.Para
este desempenho contribuíram tanto os impostos diretos, cujas receitas
cresceram 6,5%, como as receitas dos impostos indiretos, que aumentaram
5,7% entre janeiro e setembro.Os
números divulgados pela DGO são apresentados em contabilidade pública,
ou seja, têm em conta o registo da entrada e saída de fluxos de caixa, e
a meta do défice fixada é apurada pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE) em contas nacionais, a ótica dos compromissos, que é a
que conta para Bruxelas.Em
2016, o défice orçamental em contas nacionais ficou nos 2% do Produto
Interno Bruto (PIB) e, para este ano, a estimativa do Governo, que foi
atualizada na proposta de OE2018, aponta para uma redução do défice para
os 1,4% do PIB até dezembro.No
primeiro semestre, o INE divulgou que o défice das administrações
públicas foi de 1,9%, abaixo dos 3,1% registados no período homólogo,
mas acima da meta para o conjunto do ano.