Diogo Ribeiro aponta a Paris2024 após um ano repleto de conquistas e recordes
26 de dez. de 2022, 11:25
— Lusa/AO Online
“A longo prazo, o meu objetivo
passa pelos Jogos Olímpicos. Não quero ir lá só fazer uma participação,
mas lutar por alguma coisa mais”, expressou, em entrevista à agência
Lusa.Aos 18 anos, o jovem atleta detém um
recorde mundial na categoria de júnior, nos 50 metros mariposa, obtido
nos Mundiais da categoria, em setembro, no Peru, local onde também
arrecadou a medalha de ouro nas provas de 100 metros mariposa e de 50
metros livres.Para além disso, Diogo
Ribeiro também conta com medalhas internacionais em provas absolutas,
como os Europeus de Roma – bronze nos 50 metros mariposa – e os Jogos do
Mediterrâneo – com ouro nos 50 metros mariposa e prata nos 100 metros
livres.Uma ascensão meteórica para um
jovem que, há ano e meio, sofreu um grave acidente de mota, que o fez
pensar que “não conseguia voltar”. Nessa altura, não acreditaria se lhe
dissessem o que sucederia, confidenciou, admitindo que o trajeto tem
sido construído com muito trabalho e crença.“Vou
lá [a Paris2024] para fazer o meu melhor, como em todas as provas. Isso
é o mais importante. Como será a primeira vez, é um pouco para
aprender. Ainda tenho poucas competições com os mais velhos, por isso,
desde que melhore os tempos e, acima de tudo, esteja contente, acho que é
o mais importante”, lembrou, não querendo colocar, para já, alguma
fasquia para o maior evento desportivo, faltando ainda um ano e meio.Primeiro,
é preciso garantir os mínimos, com tempos já obtidos em diversas
ocasiões, mas que apenas a partir de 2023 serão contabilizados, tendo,
antes de Paris2024, um objetivo por cumprir nos Mundiais absolutos, que
serão realizados em Fukuoka, Japão.“A
curto prazo, melhorar os tempos, que é o que uma pessoa sempre quer, e
fazer os mínimos para os Jogos Olímpicos. É o foco nesta altura, logo em
março, na Madeira, no campeonato nacional. A médio prazo, temos o
Mundial de Fukuoka, em julho. Gostava também de fazer uma final ou até
algo mais, quem sabe”, apontou o atleta do Benfica.O
seu treinador, o brasileiro Alberto Silva, também conhecido como
Albertinho, vê em Diogo Ribeiro “um nadador para estar em Paris e a um
nível não só de fazer mínimos”, mas também sem se alongar sobre uma
competição que ainda é apenas uma miragem.“Entre
março e julho, espero que ele já se coloque com os mínimos olímpicos e
que já possamos dizer que está nos Jogos. Dependendo do que construir e
evoluir de maneira psicológica, física e técnica, aí voltamos a
conversar sobre as chances dele”, sublinhou à Lusa, após o final de um
treino, nas piscinas do Centro de Alto Rendimento do Jamor.No
cargo de selecionador da Federação Portuguesa de Natação desde o verão
de 2021, após largos anos a treinar a seleção brasileira, onde obteve
duas medalhas olímpicas, Albertinho realçou que Diogo Ribeiro “não está
pronto ainda” para se assumir como uma figura da natação e do desporto a
nível internacional, mas confia no potencial do jovem.“Quando
chegarmos ao Mundial de Fukuoka, todas as inseguranças e problemas irão
aparecer e espero que tenhamos construído, de novo, uma boa época,
tanto dentro como fora de água. Está confiante do que treinou, tem bons
resultados e tem saúde. É fundamental e o alicerce para ir moldando
esses saltos no psicológico dele”, salientou.