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Dificuldades no setor da pesca do atum levam à venda de atuneiros

APASA revelou que seis atuneiros estão à venda, prevendo-se que este número possa aumentar devido à falência das empresas armadoras e à ausência de um plano de pesca nos últimos anos


Autor: Ana Carvalho Melo

A Associação de Produtores de Atum e Similares dos Açores (APASA) revelou que estão à venda seis atuneiros e que se prevê que este número possa aumentar.

“Neste momento, encontram-se à venda seis atuneiros, prevendo-se que este número venha a aumentar, resultado da falência das empresas armadoras, da falência de um plano de pesca que não existiu nos últimos anos e da falência de todo um setor que parece navegar sem qualquer rumo”, revelou a associação, numa nota enviada à comunicação social.

A direção da APASA diz ainda estar preocupada com o caminho que se começa a vislumbrar na pesca do atum na região.

“Infelizmente, todos os apelos e alertas que temos dado ao Governo dos Açores são confirmados, sem qualquer regozijo por parte desta Organização de Produtores”, alerta.

Nesse sentido, refere: “Assistimos, e bem, a apoios financeiros a vários setores económicos da região, das mais diversas formas, quando atravessam dificuldades”. Lamenta, no entanto, que quando “um setor como o das pescas, e neste caso concreto do atum, vem sofrendo reveses e limitações, não é tão pouco apoiado”.

“A constante redução da quota do patudo, os constrangimentos económicos, tais como o aumento de impostos, aumento da inflação, aumento dos combustíveis e das matérias-primas, a carência de uma estratégia para esta pescaria, e a falta de apoio a estas empresas que se dedicam exclusivamente a esta pescaria, colocam a pesca do atum à beira do colapso”, alerta.

Nesta nota, realça ainda que “a preocupação com as consequências do enfraquecimento de uma pescaria, especialmente aquelas reconhecidas pela sua seletividade, sustentabilidade e respeito pelo ambiente, é bastante pertinente”. E afirma que “a errada implementação de novas Áreas Marinhas Protegidas levará à diminuição ou cessação das atividades pesqueiras, à perda de empregos diretos na pesca e de empregos indiretos nos setores relacionados, como a indústria e o comércio”.

A APASA conclui esta nota afirmando lamentar que “estejamos no princípio do fim de uma pescaria com história e de grande reconhecimento internacional, que deveria ser um orgulho para a Região Autónoma dos Açores”.