O Grupo SATA falhou o pagamento do subsídio de férias aos seus trabalhadores, uma decisão que foi comunicada ao universo das empresas através de um comunicado interno. 

A transportadora aérea açoriana invocou “dificuldades burocráticas” no acesso a crédito bancário, remetendo a regularização da situação para o dia 18 de julho, apurou o Açoriano Oriental junto de elementos da companhia.

Uma situação que estará a afetar mais de um milhar de trabalhadores da companhia aérea - segundo o Relatório Anual Consolidado de 2023, o último disponível no site do Grupo SATA, a força laboral ascendia às 1698 trabalhadores - visto que em junho cerca de 230 funcionários, que requererem o pagamento antecipado, já receberam o subsídio de férias.
Sabe o Açoriano Oriental que em junho a situação também não correu de forma tranquila, tendo o subsídio de férias sido pago com dias de atraso, devido a “problemas técnicos” numa operação financeira, que acabou por ser resolvida.

Situações que refletem o cenário financeiro periclitante do Grupo SATA, que terminou 2024 com um dos maiores prejuízos da sua história, 82,8 milhões de euros (dos quais 71,2 milhões de euros provenientes da Azores Airlines), um número que é mais do dobro do resultado líquido negativo registado em 2023 (36 milhões de euros), apesar de ter sido um ano de recordes ao nível de receita, procura, voos e passageiros transportados.

De recordar que o processo de privatização da Azores Airlines ainda decorre, com o único consórcio autorizado pelo júri do concurso, a NewTour MS/Aviation a negociar com o conselho de administração da transportadora aérea regional.

O Açoriano Oriental procurou uma reação do presidente do Conselho de Administração, Rui Coutinho, que não respondeu à interpelação

Quatro ligações da Azores Airlines entre as 10 menos ocupadas para os EUA

Segundo os dados do Departamento de Transportes dos Estados Unidos da América, a Azores Airlines operou quatro das 10 ligações com pior ocupação para aquele país, no ano passado.

Entre as 340 ligações entre os aeroportos europeus e os norte-americanos realizadas até outubro do ano passado, a ligação entre a Terceira e o aeroporto JFK (Nova Iorque) foi a que teve pior load factor: a ligação que se iniciou em 2022 teve uma ocupação média de 47%.

Segue-se a ligação Funchal/JFK, que se iniciou em 2022 e terminou em setembro do ano passado (54%), a segunda pior. Além destas ligações, a Azores Airlines figura no top10 com mais duas operações, que já foram canceladas: Funchal - Boston (entre junho e setembro de 2024), com 65% de ocupação média; e Terceira - Oakland (entre junho de 2021 e setembro de 2024), com 69%. Nota que a Azores Airlines oferece, desde junho, em code-share com a TAP, o voo Terceira-São Francisco.