"Diálogo Kiev/Moscovo só possível com base na força no terreno"
Ucrânia
14 de nov. de 2022, 15:11
— Lusa/AO Online
Numa
conferência de imprensa em Haia, após uma visita oficial aos Países
Baixos, o responsável máximo da Organização do Tratado do Atlântico
Norte (NATO) pediu apoio a Kiev para que possa negociar como “um país
soberano e independente” na Europa.“A
Ucrânia já disse que está pronta para negociar, mas sabemos que a única
maneira de chegar a um resultado aceitável é ter força no campo de
batalha. A maioria das guerras termina nalgum momento à volta de uma
mesa de negociação. Mas o que acontece nessa mesa de diálogo está ligado
à situação no campo de batalha”, defendeu.Stoltenberg
considerou importante continuar a apoiar a Ucrânia para fortalecer a
posição contra a Rússia e que, no futuro, poderá negociar “prevalecer
como nação independente e soberana na Europa” e “decidir que tipos de
termos são aceitáveis”.O responsável
alertou para o facto de que, se o Presidente Volodymyr Zelensky e os
ucranianos pararem de lutar, “então a Ucrânia deixará de existir como
país independente”.Do lado russo,
prosseguiu, se Moscovo e o Presidente Vladimir Putin pararem de lutar,
“então haverá paz, para que a Rússia possa acabar com esta guerra
amanhã, parando de invadir um vizinho”.“[Os
aliados da NATO deram à Ucrânia] um apoio sem precedentes e vão
continuar não apenas por solidariedade com a Ucrânia, mas também porque é
do nosso próprio interesse que Putin não ganhe na Ucrânia. Isso será
uma catástrofe para os ucranianos, mas também tornará o mundo mais
perigoso”, advertiu.“Nesse caso, ficaremos
mais vulneráveis porque as lições aprendidas com a guerra na Ucrânia,
para Putin e outros líderes, seriam que simples: se um país violar a lei
internacional, invadir outro país e usar força brutal, conseguirá o que
quer. É a razão pela qual é do nosso interesse e segurança apoiar a
Ucrânia, e sim, pagamos um alto preço em contas de energia, inflação,
custos económicos de apoio. Mas o preço será maior se Putin vencer”,
disse o secretário-geral da Aliança Atlântica.No
entanto, Stoltenberg avisou que, apesar da retirada russa de Kherson,
“não se deve cometer o erro de subestimar a Rússia”, porque as forças
armadas “ainda mantêm capacidades significativas e um enorme número de
tropas”.“O objetivo de Putin é deixar a Ucrânia fria e escura neste inverno”, lamentou.