Dia Internacional do Jazz assinalado em Angra do Heroísmo com aposta em músicos jovens
18 de abr. de 2025, 08:10
— Lusa/AO Online
“Desde
2017 temos vindo a comemorar este dia, com muito esforço e sacrifício,
mas consideramos que é nossa obrigação comemorar o Dia Internacional do
Jazz, até porque muito pouca gente o faz, infelizmente”, afirmou, em
conferência de imprensa, José Ribeiro Pinto, membro da Associação
Cultural AngraJazz, que organiza o evento.A
associação, que organiza há 25 anos o festival AngraJazz, conta com um
orçamento de 5.000 euros, muito inferior ao do festival, para assinalar o
Dia Internacional do Jazz, pelo que aposta em nomes nacionais.“Nós,
Associação Cultural AngraJazz, fazemos há 25 anos o festival AngraJazz,
que é hoje reconhecido em todo o país como um dos momentos importantes
do calendário jazzístico nacional, mas também reconhecido
internacionalmente. Não podíamos ficar indiferentes ao Dia Internacional
do Jazz”, argumentou José Ribeiro Pinto.O
Dia Internacional do Jazz, comemorado em 30 de abril, é assinalado em
Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, com dois espetáculos, no centro
cultural da cidade.O jovem pianista André Gomes, natural da ilha Terceira, abre as comemorações, num espetáculo a solo.Licenciado
pela Escola Superior de Música de Lisboa, André Gomes já partilhou o
palco com nomes conceituados do jazz nacional, como Pedro Moreira, Óscar
Graça e Filipe Melo.É seguido por Maria
Fonseca Quarteto, que integra, além da jovem trompetista, Marta
Rodrigues, na guitarra, Bruno Barbosa, no contrabaixo, e Maria Carvalho,
na bateria.Maria Fonseca entrou aos 10
anos para a escola do Hot Clube Portugal e já representou a instituição
em países como Japão, Noruega, Dinamarca ou Estónia.O
quarteto, que integra outros três jovens com formação na Escola
Superior de Música de Lisboa, apresenta um repertório maioritariamente
original, com composições que se inserem numa tradição lírica dentro do
jazz contemporâneo.“Nós podemos
orgulhar-nos de, quer no Dia Internacional do Jazz, quer no AngraJazz,
trazermos jovens, que às vezes ninguém conhece, e que de repente
tornam-se famosíssimos”, salientou José Ribeiro Pinto.O
Dia Internacional do Jazz conta com apoios da Câmara Municipal de Angra
do Heroísmo, da Direção Regional da Cultura dos Açores (DRaC) e do Hot
Clube de Portugal.Os representantes da organização alertaram, no entanto, para a imprevisibilidade dos apoios do executivo açoriano.“Fazemos
o Dia Internacional do Jazz para a semana e hoje não fazemos a mínima
ideia de qual será o apoio. Felizmente, depois eles acabam por vir”,
adiantou José Ribeiro Pinto.O membro da
associação AngraJazz disse esperar que a revisão do Regime Jurídico de
Apoio às Atividades Culturais (RJAAC) possa trazer um “avanço” à forma
como são atribuídos os apoios do executivo açoriano.“A
maneira como os apoios são dados é altamente discutível e criticável”,
sublinhou, acrescentando que nos últimos dois anos a associação recorreu
dos resultados das candidaturas ao RJAAC.“Fizemos
o Dia Internacional do Jazz há um ano, recebemos o dinheiro no mês
passado (…) É uma jigajoga estranha que não dignifica em nada estas
coisas”, lamentou.As críticas estendem-se
também aos montantes atribuídos ao festival AngraJazz, que, segundo a
organização, já é reconhecido a nível internacional.“No primeiro AngraJazz, há 26 anos, o apoio da DRaC foi maior do que o ano passado. Foi o dobro”, realçou José Ribeiro Pinto.Para
o vice-presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Guido
Teles, a comemoração do Dia Internacional do Jazz reveste-se de
importância, porque coloca a cidade “ao lado das grandes capitais
mundiais que estão presentes na celebração deste dia”.“Valoriza muito o panorama cultural de Angra, dá projeção à nossa terra a nível internacional”, vincou.