DGS recomenda vacinação universal das crianças dos 12 aos 15 anos
Covid-19
10 de ago. de 2021, 11:26
— Lusa/AO Online
A
diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, anunciou em conferência de
imprensa em Lisboa que "a DGS recomenda a vacinação de todos os
adolescentes dos 12 aos 15 anos de idade", sem necessidade de indicação
médica.Graça
Freitas explicou que a decisão surge depois de analisados “novos dados
disponibilizados nos últimos dias”, em concreto os impactos registados
nos “mais de 15 milhões adolescentes vacinados nos Estados Unidos e na
União Europeia” que revelaram ser “extremamente raros” os casos de
miocardites e pericardites.Tendo
em conta os novos dados, a DGS decidiu então alargar a todos os jovens
desta faixa etária a vacina contra a Covid-19 que deverá começar a ser
ministrada em breve.“Está
aberto o caminho para a vacinação”, disse Graça Freitas, sublinhando
que não se pode criar a “expectativa de que é hoje que começa”, estando
dependente do plano de vacinação da 'task force que coordena este
processo.Sobre
a possibilidade de os mais novos - cerca de 400 mil - começarem a ser
vacinados contra a Covid-19 antes do arranque do ano letivo, Graça
Freitas disse esperar que tal aconteça, mas caso arranque uns dias
depois do início das aulas tal “não terá um impacto negativo importante”
para a saúde.
Este grupo
etário - entre os 12 e os 15 anos - terá de ser acompanhadas pelos pais
ou representante legal para serem vacinados, acrescentou a responsável
da DGS.Tendo
em conta os estudos feitos até ao momento, os jovens portugueses
deverão ser vacinados com duas doses, sendo que serão utilizadas apenas
as duas vacinas licenciadas para este grupo etário, sublinhou Graça
Freitas.Luís
Graça, membro da Comissão Técnica de Vacinação Covid-19 e presente na
conferência de imprensa, lembrou que nesta faixa etária os efeitos da
doença são pouco graves e por isso a vacinação dos jovens tem como
objetivo “reduzir a transmissão do vírus” e garantir o bem-estar deste
grupo etário.Luís
Graça explicou que para este grupo etário que não tem outras doenças o
“maior benefício que recebe [ao ser vacinado] é do seu bem-estar de
saúde mental, social e educacional”.Sobre
o facto de as autoridades de saúde terem começado por incluir no
programa de vacinação contra a covid-19 apenas os jovens com doenças de
risco e só passados 10 dias a ter alargado a todos, Graça Freitas
explicou que a opção tem por base “aumentar a confiança” da população.“Quando
fazemos uma recomendação de vacinação é com base na confiança e na
convicção de que os benefícios superam os riscos e que esses riscos são
aceitáveis para a população”, justificou.A
ideia foi corroborada por Luís Graça, que explicou que “Portugal está
num grupo de países que teve uma atitude mais prudente antes de alargar
esta decisão”, sublinhando que “as decisões são feitas com prudência”
para se “manter a confiança da população portuguesa”.O
anúncio de hoje da DGS surge depois de a autoridade nacional de saúde
ter publicado uma norma sobre a vacinação de adolescentes dos 12 aos 15
anos com doenças de risco, na qual esclarecia que os jovens saudáveis
não estavam incluídos na fase atual da vacinação, tendo que esperar
pela calendarização da ‘task force’.Tanto
o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, como o coordenador
da ‘task force’ do plano de vacinação contra a covid-19, Gouveia e Melo,
defenderam a importância de vacinar os jovens a partir dos 12 anos.O
Presidente da República frisou na passada quinta-feira que o
“fundamental” é que, “quanto à questão de princípio” da vacinação das
crianças, não haja “nenhuma objeção definitiva”, e reiterou que é
preciso “deixar correr o tempo” para mostrar que, “aquilo que é bom
neste momento na Madeira”, – onde está a decorrer a vacinação entre os
12 e os 15 anos – “venha também a ser considerado bom nos Açores e no
continente”.Na
sexta-feira, o vice-almirante Gouveia e Melo considerou que "o tempo
está a esgotar-se" para vacinar os adolescentes entre os 12 e os 15
anos, reconhecendo, no entanto, o "cuidado" da DGS em proteger os
jovens.