DGS recomenda prevenção e controlo de mosquitos que transmitem dengue e zika
1 de ago. de 2024, 11:13
— Lusa/AO Online
Numa orientação
publicada no seu ‘site’, a Direção-Geral da Saúde (DGS) refere que,
perante a deteção da espécie invasora Aedes albopictus em diferentes
freguesias e concelhos de Portugal continental, importa reforçar os
mecanismos de prevenção e controlo visando a redução da abundância ou
eliminação desta espécie de mosquito.Segundo
a DGS, as deteções mais recentes em Portugal do mosquito invasor têm
correspondência ao nível de risco 1 (amarelo), numa escala de 0 a 3,
definida segundo os diferentes cenários relativamente à presença de
mosquitos Aedes e deteção de casos de doença, conforme definido no Plano
Nacional de Prevenção e Controlo de Doenças Transmitidas por Vetores.“Com
base nas análises entomológicas da rede REVIVE, não foi verificada, até
à data, a presença de agentes patogénicos nos mosquitos, nem foram
reportados casos autóctones de doenças para as quais o vetor é
competente”, salienta.As atividades de
prevenção e controlo vetorial implicam o envolvimento de diferentes
setores, nomeadamente autarquias, turismo, hotelaria, ambiente,
veterinária, agricultura, indústria, comércio, entre outros,
complementando os esforços do setor da saúde na prevenção e controlo das
doenças transmitidas pelos mosquitos Aedes albopictus e Aedes aegypti,
como a febre de dengue, chikungunya, zika, febre-amarela, todas de
notificação obrigatória, e a infeção por parasita dirofilária.O
controlo vetorial do Aedes albopictus implica intervenções no ciclo de
vida do mosquito, que compreende às fases aquática (ovos, larvas e
pupas) e terrestre (fase adulta do mosquito).A
intervenção física ambiental constitui o método primário do controlo
vetorial, requerendo intervenções multissetoriais na identificação e
eliminação de criadouros (locais e recipientes que possam servir de
habitat para ovos e larvas do mosquito) e a aplicação de larvicidas e de
adulticidas pode também ser necessária, de acordo com o nível de risco
avaliado pelos serviços de saúde pública.Em
áreas com deteção confirmada de mosquitos do género Aedes (Nível 1),
deverá ser assegurada a localização e mapeamento, preferencialmente com
georreferenciação, de locais onde a existência de criadouros possa
constituir um risco para a multiplicação de mosquitos.Compete
às autarquias mapear estruturas públicas e privadas que possam ser
locais propícios à existência de criadouros, dispersas em toda a sua
área de intervenção. As pessoas envolvidas
nas ações de prevenção e controlo vetorial devem usar vestuário que
cubra o corpo todo e o uso de repelentes. Sempre
que houver a alteração do Nível de Risco, a rede dos serviços de Saúde
Pública é responsável por comunicar essa alteração e promover as medidas
adequadas junto das entidades parceiras, com base nesta Orientação e
noutros documentos que venham a ser emitidos pela DGS.“As
doenças transmitidas por mosquitos são um problema global emergente de
saúde pública que pode constituir uma emergência em Portugal e a nível
transfronteiriço”, refere a DGS, salientando que “o aumento da
mobilidade internacional de pessoas, bens e animais, aliado às
alterações climáticas, são fatores que contribuem para a expansão de
mosquitos invasores e consequente ocorrência de casos de doença”.A
presença de mosquitos invasores Aedes em Portugal iniciou-se com a
deteção de Aedes aegypti na Madeira em 2005. A espécie Aedes albopictus
foi introduzida no continente em 2017 no Norte (Penafiel), em 2018 no
Algarve (Loulé) e em 2022 no Alentejo (Mértola).