DGS admite picos de procura "nunca esperados" no SNS24
Covid-19
10 de mar. de 2020, 18:09
— Lusa/AO Online
“Durante esta
noite e nos últimos dias já houve melhorias. Habitualmente nós
conseguimos 200 chamadas em simultâneo na linha SNS24. Depois ontem
conseguimos atender 500 chamadas em simultâneo e depois hoje já se
conseguiu atender 1.200 chamadas em simultâneo, sendo de que modo algum
isto não é uniforme nas 24 horas do dia. […] Portanto, quer dizer que
estão a ser feitos grandes esforços”, disse Graça Freitas durante uma
audição na comissão parlamentar de saúde por requerimento do PSD para
prestar esclarecimentos sobre a situação em Portugal do combate ao surto
de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus surgido na China no
final de 2019. “É um facto que nós
estávamos dimensionados para um determinado padrão de procura e que
atingimos picos nunca esperados atingir”, reconheceu Graça Freitas. Sem
precisar quando, a diretora-geral da Saúde adiantou que num único dia a
linha SNS24 recebeu 27.679 chamadas e conseguiu dar resposta a 10.940,
acima das 10 mil a que está obrigada por contrato, exigências
burocráticas que desvalorizou, dizendo que o mais importante é “agilizar
procedimentos” e que “depois logo se vê as questões contratuais”.As
críticas à capacidade de resposta da linha SNS24 estiveram na base de
muitas questões colocadas pelos deputados, tendo Graça Freitas adiantado
que estão a ser tomadas medidas para se implementar um algoritmo de
triagem mais rápido e eficiente.“O novo
algoritmo vai permitir a segregação de filas e a implementação de
prioridade para triagens de Covid-19 e triagem geral. O grande apelo é
que as pessoas que só precisam de informação vão ao digital e a outros
canais obter informação e que a linha fique para triar”, disse Graça
Freitas.O objetivo é ter um algoritmo que
permita uma despistagem mais rápido na confirmação de casos de Covid-19,
mas a diretora-geral alertou que é preciso “muito cuidado” com a forma
como se fazem as alterações, porque “não se podem fazer algoritmos sem
ciência”.“Tem que ser testado por
clínicos, por médicos, tudo isto tem os seus timings, a segurança é
muito importante. […] Sei que temos que melhorar. Para mudar o algoritmo
temos que consultar os médicos e muita literatura”, disse Graça
Freitas.