DGO divulga execução orçamental até abril com cativações pela 1.ª vez
25 de mai. de 2018, 09:36
— Lusa/AO online
Com
a síntese que será divulgada hoje é expectável a divulgação, pela
primeira vez, do valor das cativações realizadas pela Administração
Central no primeiro trimestre, disse fonte do Ministério das Finanças à
agência Lusa.Para
este ano, o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) sujeita a cativação
os valores que excedam em 2% a execução da aquisição de bens e serviços
de 2016 prevista nos orçamentos das entidades da Administração Central. A
estas cativações somam-se, com a publicação do decreto-lei de execução
orçamental, os montantes que, face à execução orçamental de 2017,
excedam em 2% o valor global das despesas com pessoal, das despesas
correntes e das transferências para fora das Administrações Públicas.Em
janeiro, o ministro das Finanças, Mário Centeno, garantiu no parlamento
que os cativos iniciais de 2018 totalizam 1.086 milhões de euros.Recorde-se
que, com a negociação do OE2018, foi aprovada uma norma 'travão' para
que as cativações no próximo ano sejam inferiores a 90% do valor global
inicialmente bloqueado em 2017, bem como a exclusão deste instrumento
dos hospitais e quatro entidades da saúde, e ainda da educação e dos
transportes.O
OE2018 definiu também que o Governo passe a divulgar informação
detalhada sobre a utilização de cativações, publicação que será
trimestral até que entre em vigor a nova Lei de Enquadramento Orçamental
(LEO), passando depois a ser feita mensalmente. As
cativações de despesa são um instrumento de gestão orçamental comum a
todos os orçamentos, que permitem adequar o ritmo da execução da despesa
às necessidades e assegurar a manutenção de uma folga orçamental que
permita suprir riscos e necessidades emergentes no decurso da execução, e
que estão dependentes da decisão do ministro das Finanças.Segundo
a síntese de execução orçamental até março, divulgada há um mês, as
administrações públicas em contabilidade pública apresentaram um défice
orçamental de 377,3 milhões de euros no primeiro trimestre, uma melhoria
de 13,7 milhões de euros face ao mesmo período de 2017.Este
défice resultou uma variação da receita (3,5%) muito próxima da
variação da despesa (3,4%), que incorporou, no mês de março, o pagamento
dos cupões dos 'swap' ao Santander, um montante elevado de pagamentos
de dívidas de anos anteriores do Serviço Nacional de Saúde".Em
março, os pagamentos em atraso das Administrações Públicas totalizaram
963 milhões de euros, menos 302 milhões euros do que no mês anterior,
mas menos 22 milhões do que no mesmo período de 2017.No
primeiro trimestre, o Estado arrecadou 9.516 milhões de euros em
impostos, mais 6% (537,2 milhões de euros) do que o amealhado no mesmo
período do ano passado."Embora
a receita líquida acumulada de IRS tenha evidenciado um crescimento de
2,4%, merece especial destaque o facto de no mês de março a receita
bruta da cobrança voluntária de IRS ter registado uma redução de cerca
de 2%, refletindo designadamente o impacto das tabelas de retenção na
fonte adotadas em 2018", explicou a DGO.No
Programa de Estabilidade 2018-2022, o Governo reviu em baixa a meta do
défice orçamental em contas nacionais para este ano, de 1,1% do Produto
Interno Bruto (PIB) para 0,7% do PIB. No
final de março, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou que,
nesta contabilidade, o défice orçamental foi de 3%, incluindo o efeito
da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Sem esta operação,
teria sido de 0,9%.Os
números divulgados pela DGO são apresentados em contabilidade pública,
ou seja, têm em conta o registo da entrada e saída de fluxos de caixa, e
a meta do défice fixada é apurada pelo INE em contas nacionais, a ótica
dos compromissos, que é a que conta para Bruxelas.