Dezenas de imigrantes protestam contra falta de documentos e demora do SEF
27 de mar. de 2018, 14:17
— Lusa/AO online
Entoando palavras de ordem como “documentos para todos” e “residência
para todos”, algumas dezenas de imigrantes “ilegais” criticaram a demora
do SEF em passar a documentação a pessoas que trabalham e descontam e
Portugal. No
final de um encontro com o diretor adjunto regional do SEF, o
representante da associação, Timoteo Macedo, disse aos jornalistas que
há pessoas “há quatro, cinco e seis anos a trabalhar e a descontar para a
segurança social e para o fisco em Portugal que ainda não têm
autorização de residência”. “É uma injustiça de todo o tamanho, uma falta de respeito para quem trabalha e contribui para este país”, disse
Em relação às demoras nos processos de legalização, segundo Timoteo
Macedo, o subdiretor regional do SEF justificou com a falta de pessoal
que não permite ao serviço acelerar os processos, havendo, por isso,
“gente em situações desesperadas”.
“É necessário que o Governo crie condições para que o SEF também
funcione e respeitando os direitos elementares de cidadania de cada
trabalhador, dos imigrantes. É importante que o Governo acabe com as
políticas securitárias”, referiu ainda Timoteo Macedo.
O protesto reuniu várias dezenas de imigrantes, na maioria provenientes
do Bangladesh, Nepal e Paquistão, e que se sentaram na avenida António
Augusto Aguiar, junto ás instalações do SEF.
Ao mesmo tempo que decorria a manifestação dos imigrantes, o Sindicato
dos Funcionários do SEF (SINSEF) tinha marcado uma concentração
silenciosa para hoje, dia em que os trabalhadores iniciaram uma greve de
três dias.
Manuela Niza, presidente do SINSEF, compreendeu as reivindicações dos
imigrantes, explicando que uma das batalhas do sindicato também é a
falta de pessoal, associada a uma carreira digna, enquadrada numa lei
orgânica e um estatuto profissional.